O Bloco de Esquerda defende medidas que resgatem o Ensino Superior e a Ciência da "lógica de mercado, para que volte a ser serviço público".
No "Encontro Nacional do Ensino Superior e da Ciência" que decorreu na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, os bloquistas promoveram uma reflexão em torno da academia, que consideram "estar mergulhada num conjunto de contradições".
Na intervenção final, o deputado Luís Monteiro apontou o "subfinanciamento crónico", o facto do PS "ter ficado muito aquém daquilo que é urgente fazer" e o "défice democrático nas universidades e politécnicos" como pontos que o BE quer reverter, em nome de um ensino superior "mais abrangente e justo".
Lembrando que a Universidade do Porto (UP) tem "um saldo positivo de 100 milhões de euros, mas que nem assim houve dinheiro para garantir o aquecimento nas salas de aulas na Faculdade de Belas Artes", o deputado lamentou que, desde 2010, "o financiamento público do ensino superior seja 30% menor".
"O sector vive num subfinanciamento crónico", salientou Luís Monteiro, alertando para um ensino superior "cada vez mais garantido pelos estudantes e cada vez menos pelo Estado", propondo, por isso, "uma alternativa à lógica que impera hoje e governa o sector como se de um mercado se tratasse".
As famílias, prosseguiu, "pagam com as propinas 1/3 do financiamento do ensino superior", precisou o deputado bloquista ao mesmo tempo que anunciou a vontade do partido de avançar com "medidas para rever a lógica do utilizador/pagador".
Acusando o PS de "não ter aproveitado a maioria parlamentar para resolver grande parte da precariedade que também existe no sector", Luís Monteiro informou que, no Porto, a "par da igreja católica, a UP é que tem maior património", reivindicando que uma parte dele "seja disponibilizado para os estudantes muito penalizados pela especulação imobiliária que fez disparar os preços dos alugueres".
Prosseguindo a apresentação das medidas, o deputado manifestou a disponibilidade do BE para participar na "revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES)" e acabar com o que considerou serem os investigadores, "excluídos do sistema".