O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta segunda-feira, em Trás-os-Montes, que não receia cortes de fundos europeus a Portugal e mostrou-se convicto que a haver sanções serão “apenas pró-forma”.
“Eu acredito que a justiça pode prevalecer e, se prevalecer, não há sanções ou então as sanções são um pró-forma: aplica-se uma sanção zero, uma sanção simbólica só para dizer que se aplica”, afirmou, em Sabrosa, distrito de Vila Real, no primeiro dia do “Portugal Próximo”.
O chefe de Estado reiterou que não acredita que haja corte de fundos europeus por incumprimento das metas do défice. “Como ninguém é tão insensato que queira criar dificuldades a si próprio (…), qualquer que seja a decisão não haverá corte de fundos nem a Portugal, nem a Espanha”, disse.
“Eu sou uma pessoa sensata e acho que sensatamente a Europa tome a decisão que tomar, amanhã [terça-feira], daí a oito dias, daí a quatro semanas, daí a cinco semanas, perceberá que estar a cortar fundos a Portugal e a Espanha é estar a criar mais dificuldades à própria Europa”, afirmou.
Marcelo Rebelo de Sousa insistiu que, por estas razões, está convicto de que “suceda o que suceder nas próximas semanas não haverá cortes de fundos a Portugal” como sanção por incumprimento.
Questionado pelos jornalistas sobre a notícia de que o primeiro-ministro, António Costa, terá escrito uma carta ao presidente da Comissão Europeia a dar conta da posição de Portugal, o Presidente da República salientou que “o importante foi ter havido uma unidade no país e nos partidos”.
“Que é uma coisa difícil, um consenso, a que eu tenho apelado no Parlamento, quanto às sanções”, vincou.
Para o Presidente, isto “quer dizer que, haja ou não haja sanções, o país político sentiu o que o país comum, o país povo sentia: é que não eram justas as sanções”. “E agora vamos esperar serenamente e, em qualquer caso, eu estou convencido de que não haverá cortes de fundos europeus a Portugal”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou ainda que “o Presidente da República, sobretudo, tem de se colocar no plano nacional e no plano nacional o Presidente da República já disse que as sanções se são para punir o Governo de Passos Coelho, são injustas, porque ele fez tudo o que era preciso para satisfazer à Europa” e “se é para punir o Governo de António Costa são prematuras, porque os números que há não são números que justifiquem qualquer punição, neste momento”.