Em 2018 Jerome Powell foi nomeado por Trump para presidente da Reserva Federal (banco central dos EUA).
No início do seu atual mandato J. Powell subiu os juros diretores da Fed, o que lhe valeu furiosos protestos de Trump. Powell não alimentou então uma guerra de palavras com o Presidente, limitando-se a mostrar com firmeza que a Fed é independente do poder político.
Quando a pandemia da covid-19 se manifestou em força nos EUA, quase paralisando a economia americana em março de 2020, J. Powell baixou a taxa de juro da Fed praticamente para zero. E, sob a sua orientação, a Fed lançou um gigantesco programa de compra de títulos no mercado – não apenas títulos da dívida pública americana, mas também, e pela primeira vez, obrigações de empresas privadas.
Durante a pandemia a Fed comprou uma quantia equivalente a 18% do PIB dos EUA, ultrapassando largamente o que fizera na crise financeira de 2008. Comentou o semanário “The Economist” que, além disso, Powell procurou melhorar a forma de comunicar da Fed, dirigindo as suas mensagens para o americano comum e não para os economistas.
Já no corrente ano a inflação nos EUA deu sinais de um regresso, ultrapassando os 5% na subida dos preços no consumidor, o que alertou os críticos da política monetária expansionista da Fed. Mas J. Powell não se precipitou e deu ouvidos à preocupação dos que receavam que um corte demasiado rápido nos estímulos monetários da Fed levasse a uma quebra no crescimento económico dos EUA.
Ora as tensões inflacionistas abrandaram em julho e agosto deste ano na economia americana, justificando a prudência de J. Powell. Depois disso, os enormes danos provocados pelos gigantescos incêndios florestais na Califórnia e pelos furacões na costa Leste dos EUA exigem uma política monetária não demasiado restritiva.
No passado dia 27 de agosto J. Powell levantou o véu sobre que a Fed tenciona fazer. Disse Powell que ainda neste ano de 2021 devem começar a diminuir os estímulos monetários da Fed, basicamente a compra de ativos, atirando para mais tarde uma subida dos juros.
O mandato de Powell termina em fevereiro de 2022. Tudo indica que o Presidente Biden o nomeará para um segundo mandato à frente da Fed.