O curso de Medicina da Universidade Católica (UCP) deverá receber os primeiros alunos no próximo ano letivo. A instituição torna-se, assim, na primeira universidade privada de ensino superior em Portugal a ter este curso na sua oferta educativa.
Depois da “luz verde” dada pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, a Católica vai adaptar as infraestruturas tecnológicas do campus de Sintra para poder começar a receber os alunos daqui por um ano caso, se as obras não derraparem.
“Há um trabalho de reequipamento do edifício da faculdade que está projetado e planeado, mas a obra ainda não tinha começado pela falta de acreditação", afirma à Renascença a reitora. "Estimamos que, dependendo das infraestruturas, ou no ano letivo 2021/2022, numa perspetiva otimista, ou no ano 2022/2023”, iniciaremos as aulas, acrescenta.
Isabel Capeloa Gil aproveita para rejeitar as acusações sobre a possibilidade de este novo curso vir a criar problemas no acesso ao internato. “Compreendo aquilo que tem vindo a ser dito, especialmente pela Ordem dos Médicos relativamente às idoneidades formativas e à falta de vagas de especialidade, mas isso é uma questão que a própria Ordem tem de resolver com os atores do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e com o Governo”, diz.
Na opinião da reitora da UCP, não é uma matéria em que as faculdades têm de intervir. “Está fora da sua capacidade de intervenção e juntar estas duas matérias é uma falácia”.
Um ano depois de ter chumbado uma primeira proposta, a Agência de Acreditação aprovou o curso de Medicina da Universidade Católica, que deverá receber no limite uma centena de alunos.
Para Isabel Capeloa Gil “esta decisão robustece o sistema de Ensino Superior, permitindo que mais jovens se possam formar em Portugal e garantindo a supervisão da qualidade daqueles que praticam medicina no nosso país.”
Curso aberto a alunos de todo o mundo
Numa nota enviada à redação, a universidade revela que este curso envolve uma parceria com a Universidade de Maastricht e o Grupo Luz Saúde, distinguindo-se dos currículos tradicionais por ter uma abordagem mais prática e integrada desde os primeiros anos.
“Será o primeiro curso de medicina em Portugal lecionado em inglês e aberto a estudantes de todo o mundo, com uma metodologia centrada no aluno.”
A reitora anunciou na terça-feira à noite, através da rede social Twitter, que aquela instituição privada de ensino superior viu o seu curso de Medicina ser “acreditado pela A3ES [Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior”.
“É um grande dia para o ensino superior e para o sistema científico nacional”, sublinhou Isabel Capeloa Gil na publicação.