As autoridades da Ucrânia anunciaram restrições ao uso de eletricidade esta quinta-feira a nível nacional, na sequência de uma série de ataques russos com mísseis e drones kamikaze contra centrais elétricas de norte a sul do país.
É a primeira vez que este tipo de restrições é aplicado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no final de fevereiro.
Em comunicado, o operador da rede elétrica ucraniana, Ukrenergo, disse que serão aplicadas restrições ao uso de eletricidade entre as 7h e as 23h de hoje, alertando para potenciais "apagões" caso as pessoas não respeitem esta medida -- uma que poderá vir a repetir-se face à contínua campanha militar russa no país.
"Com a chegada do tempo frio, não excluímos a hipótese de vos pedirmos ajuda com ainda maior frequência", indicou a empresa, falando diretamente aos ucranianos.
O autarca de Kiev, Vitali Klitschko, pediu entretanto aos que residem na capital que não usem grandes eletrodomésticos.
"A mais mínima poupança e redução no consumo de eletricidade em cada residência vai ajudar a estabilizar as operações no sistema nacional energético", sublinha o presidente da Câmara de Kiev.
Esta semana, o Presidente ucraniano adiantou que a sucessão de ataques russos iniciada a 10 de outubro já destruiu pelo menos 30% das centrais elétricas da Ucrânia, conduzindo a "apagões massivos" um pouco por todo o país.
"Infraestruturas críticas estão danificadas", adiantou ontem à noite Vokodymyr Zelensky num vídeo endereçado aos ucranianos. "Três centrais energéticas foram destruídas pelo inimigo hoje", adiantou.
Segundo Zelensky, as autoridades ucranianas estão a preparar-se "para todos os cenários possíveis de olhos postos no inverno". Em Lviv, por exemplo, a recuperação da central elétrica atingida vai levar meses a estar concluída, adiantaram as autoridades locais.
"Assumimos que o terrorismo russo será dirigido contra as infraestruturas energéticas até conseguirmos abater 100% dos mísseis e drones do inimigo com a ajuda dos nossos parceiros", sublinhou Zelensky na última noite.
Esta tarde, o Presidente ucraniano irá participar, por vídeoconferência, na cimeira da União Europeia (UE) em que os 27 Estados-membros vão debater opções para reforçar o apoio à Ucrânia, incluindo como podem ajudar a restaurar a capacidade energética do país no imediato e a reconstruir a nação no longo prazo.