Uma retrospetiva inédita da pintora portuguesa Armanda Passos (1944-2021), com 80 obras a óleo de coleções públicas e privadas, vai ser inaugurada a 16 de novembro no Centro de Exposições da Fundação Champalimaud, em Lisboa.
"Armanda passos: Pintura a óleo em Retrospetiva", que ficará patente, com entrada livre, até 31 de dezembro, tem curadoria de Fabíola Passos, filha da artista, segundo um comunicado da organização.
Os 80 óleos "só agora, após o desaparecimento [da pintora], terão visibilidade pública, dando a conhecer o processo criativo, intenso e inventivo, daquela que foi uma autêntica artista [...], uma poderosa criadora", sublinha a fundação.
A maioria das peças, em dípticos e trípticos, "que nascem uns dos outros em polípticos, formando painéis com metros e metros de corpos em anatomias de mãos e pés portentosos", fazem parte do espólio da autora agora revelado, acrescenta.
Licenciada na Escola Superior de Belas Artes do Porto, Armanda Passos, que morreu em 19 de outubro, de 2021, aos 77 anos, expôs as suas obras a partir de 1976, e ao longo da carreira quis dar voz às mulheres, retratando a importância do feminino nas artes.
Foi professora de gravura na Escola Superior de Belas Artes do Porto entre 1977 e 1979, e fez parte do grupo Série Artistas Impressores, tendo realizado no Porto a sua primeira exposição individual, em 1981.
Ao longo da vida artística, teve obras expostas em vários países, como Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Suíça, Inglaterra, Luxemburgo, Itália, Turquia e Estados Unidos.
A maioria das pinturas desta exposição, indica a organização, são parte de coleções institucionais e de privados, artistas, escritores e outras figuras ligadas à cultura, como Mário Cláudio, David Mourão-Ferreira, Álvaro Siza, Miguel Cadilhe, António Barreto, e Maria Barroso-Mário Soares.
Também são provenientes de instituições como o Centro de Arte Moderna -- Fundação Calouste Gulbenkian, Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Fundação Oriente, Fundação Millennium BCP, Museu Amadeo Souza-Cardoso, Coleção Berardo, Universidade do Porto, Tribunal de Contas, Tribunal Constitucional, Procuradoria-Geral da República e Fundação Champalimaud.
Estará igualmente exposto um livro de Armanda Passos que contém o testemunho de vários artistas e personalidades públicas, bem como um texto que explica a génese da exposição - "Uma imaginação poderosa" -- pela professora jubilada e historiadora de arte Raquel Henriques da Silva.