O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, autorizou esta sexta-feira um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia de mais de três mil milhões de dólares, que pela primeira vez inclui algumas dezenas de veículos de combate de infantaria Bradley.
"De acordo com uma transmissão de autoridade do Presidente [Joe Biden], estou hoje a autorizar a nossa 29.ª remessa de armas e equipamentos dos Estados Unidos para a Ucrânia desde agosto de 2021", adiantou Blinken, citado num comunicado.
Na quinta-feira, responsáveis norte-americanos já haviam anunciado o novo apoio a Kiev.
O pacote totaliza cerca de 3,75 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros).
"Esta assistência inclui uma remessa de 2,85 mil milhões de dólares (2,68 mil milhões de euros) de 'stock' do Departamento de Defesa a sere entregue imediatamente à Ucrânia e 225 milhões de dólares (211 milhões de euros) em financiamento militar estrangeiro para construir a capacidade de longo prazo e apoiar a modernização das Forças Armadas da Ucrânia", indicou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos.
O objetivo consiste em fazer chegar rapidamente este material militar antes da primavera, quando se prevê um recrudescimento dos combates.
O Bradley, que se move através de lagartas e não com rodas, é um veículo de combate de média dimensão extremamente móvel e que pode transportar até dez militares, sendo considerado decisivo no transporte de tropas para o terreno de combate em segurança.
O pacote também inclui veículos HUMVEES e um grande número de mísseis e outras munições.
A ajuda inclui ainda 682 milhões de dólares (640 milhões de euros) em financiamento militar estrangeiro para parceiros e aliados europeus para ajudar a incentivar e preencher doações de equipamentos militares para a Ucrânia.
Blinken anunciou ainda, em conjunto com o Congresso, que Washington planeia fornecer 907 milhões de dólares (851 milhões de euros) adicionais de financiamento militar estrangeiro sob a lei de dotações suplementares da Ucrânia de 2022.
"Os fundos vão apoiar a Ucrânia e os países afetados pela guerra da Rússia", salientou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.919 civis mortos e 11.075 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.