Os atrasos no financimento para as associações de dadores de sangue podem colocar em causa a colheita de sangue em Portugal. O alerta é da Federação Portuguesa de Dadores.
À Renascença, o presidente da federação explica que o concurso para o financiamento - que por norma decorre em janeiro - ainda não abriu. E que, por isso, as associações não receberam os incentivos - habitualmente entregues no primeiro trimestre do ano.
Segundo Alberto Mota, o atraso já está a ameaçar o funcionamento de várias associações responsáveis pelas colheitas de sangue no país.
“O ano passado o concurso foi aberto nos finais de janeiro e só tivemos o apoio financeiro nos princípios de abril nas associações”, afirma o responsável, acrescentando que neste momento “ainda nem há concurso, nem há proposta de abertura de concurso”.
“Estamos a pensar seriamente que só em finais de julho é que iremos ter apoio financeiro. Eu não acredito que haja associações que vão poder suportar este tempo todo de espera do financiamento”, alerta.
A federação de dadores já questionou o Ministério da Saúde sobre os atrasos e a justificação para a falta de financiamento é a atual situação política.
“Foi uma resposta que nós já estávamos a adivinhar há alguns dias” e que se prende com o momento de transição, diz Alberto Mota.
“Todos os ministérios neste momento estão a ter uma pasta de transição de mandato para mandato. Sabemos que, ao que tudo indica, amanhã será apresentado o novo Governo, possivelmente para a semana irá tomar posse, mas isso preocupa-nos porque não há uma data”, observa.
O presidente da Federação Portuguesa de Dadores endente que “não era, a dádiva de sangue nem eram as associações de doação que são voluntárias, que deviam sofrer com este momento de transição”.
Questionado pela Renascença, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação avança que está a desencadear todos os meios para ajudar as associações, sublinhando, no entanto, que o concurso para o financiamento só pode ser aberto quando for aprovado um novo Orçamento do Estado.