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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse, esta terça-feira em conferência de imprensa, que um terço das pessoas que morreram infetadas com o novo coronavírus são utentes de lares e residências para idosos.
Portanto, fazendo as contas terão morrido 189 pessoas em lares infetadas com o Covid-19.
Freitas explicou que o número elevado de vítimas tem a ver com a "concentração elevada de pessoas nestes espaços",
"Antes de acontecer um caso de Covid, deviam ser criadas nesses lares condições para que a concentração de pessoas não seja tão intensa. Põe-se até a hipótese de desdobrar os utentes por mais do que uma estrutura".
A responsável lembrou que há instituições a desrespeitar regras como a da proibição das visitas, a imposição de 14 dias de isolamento e a realização de testes a novos utentes.
"Desde o início, foram proibidas as visitas aos lares. O que não foi cumprido. Temos imensa pena, mas há outras formas de contactar as pessoas. Também dissemos desde o início que, qualquer novo residente de um lar, fosse testado e colocado em isolamento durante 14 dias, porque o teste não é suficiente. Tudo isto devia ter sido cumprido", sublinhou Graça Freitas.
Mais testes do que na Alemanha e na Áustria
Em relação aos testes realizados à população, de acordo com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda sales, foram realizados desde 1 de maço "mais de 190 mil testes" para deteção de novo coronavírus.
Do total de testes realizados, "52 por cento foram feitos em laboratório públicos, 45 por centro em privados e três por cento noutros locais", explicou Lacerda Sales.
Segundo o governante "estão a ser realizados, desde 1 de abril, aproximadamente 10 mil testes por dia". Estes números em termos percentuais coloca "Portugal em linha ou mesmo acima de países como a Alemanha e a Áustria".
O mesmo Lacerda Sales valorizou que mesmo com o aumento de testes, os números de casos positivos não tenham evoluído na mesma proporção, o que conclui é resultado das medidas que entretanto foram aplicadas.
Doentes crónicos não devem ter medo
Num dia em que o inquérito do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica, para o Público e para a RTP, revelou 74% da população portuguesa que tem medo de ir a hospitais e a centros de saúde, o secretário de Estado da Saúde alertou para a necessidade de as pessoas continuarem a acreditar no SNS.
"É preciso que as pessoas tenham confiança no SNS, que soube retirar dos seus hospitais e centros de saúde o que não era urgente", referiu Lacerda Sales, acrescentando que as instituições de saúde souberam criar "circuitos bem distintos" para doentes não Covid-19.
O governante especificou ainda o caso dos doentes crónicos, oncológicos e outros que são acompanhados regularmente. Estes grupos "devem recorrer ao seu médico assistente ou à linha SNS24".
Mas se isso não for suficiente, o secretário de Estado da Saúde apela à deslocação às urgências, uma vez que a segurança dos utentes estará salvaguardada. Isto porque a orientação da Direcção-Geral da Saúde prevê a utilização de máscara para todas as pessoas no interior e hospitais e de centros de saúde.
A diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, também apelou para que todos mantenham as "atividades relacionadas com a nossa saúde", para que não saiamos desta fase de pandemia com indicadores gerais muito piores do que aqueles com que entrámos.