Luís Estanislau é um dos portugueses em quarentena, num hospital de Lisboa, que vai ter alta este sábado depois de as análises ao coronavírus terem dado negativo. Em declarações à Renascença, o preparador físico do clube chinês Hubei Chufeng Heli revela alívio, alguma ansiedade e já pensa em regressar à China para trabalhar.
Este sábado os 20 repatriados da cidade de Wuhan, na China, o epicentro do coronavírus, deixam o Hospital Pulido Valente, em Lisboa, depois de 14 dias de isolamento.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta sexta-feira que ninguém do grupo está infetado. Luís Estanislau revela a sensação de alívio com os resultados das análises.
“Agora temos a certeza científica de que ninguém está infetado e isso traduz-se na possibilidade de sairmos este sábado. Era a confirmação que precisávamos para podermos sair tranquilos”, afirma o técnico.
Não sabe ainda a que horas deixará o hospital, mas possivelmente será depois do almoço. Apesar dos resultados, diz que nos próximos tempos os cuidados vão manter-se.
“Nunca fomos considerados doentes e não estamos doentes. Possivelmente, não vamos usar as máscaras, mas todos os outros cuidados vamos manter, como desinfetar as mãos e manter aquela distância de segurança. Depois também temos uma série de contactos com profissionais de saúde, desde psicólogos e médicos, com quem podemos entrar em contacto a qualquer hora do dia, caso haja necessidade.”
Nestas declarações à Renascença, Luís Estanislau conta durante o isolamento os dias foram ficando mais longos e demoravam cada vez mais a passar.
“Era tudo mais do mesmo, as idas lá fora e os jogos já não eram novidade, então os dias foram ficando mais longos e cansativos”, relata.
Depois da ansiedade para conhecer os resultados dos exames, Luís Estanislau revela que o grupo está agora ansioso por retomar uma vida normal e voltar a abraçar família e amigos.
“Muitos de nós já não veem a família há algum tempo e estamos ansiosos por voltar para as nossas casas, às nossas famílias e amigos e desfrutar de algum tempo útil e bom com os nossos familiares enquanto a situação não normaliza na China, para depois podermos voltar.”
O treinador de futebol em Wuhan espera regressar à China assim que possível, para retomar o seu projeto desportivo.
“Falo por mim e pelos membros da equipa técnica que trabalham comigo. Temos contrato e a nossa ideia é voltar à China assim que houver condições para o fazer. É uma questão de tempo”, afirma Luís Estanislau.