O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou esta terça-feira a sua "visão" para um plano de paz no Médio Oriente, falando de "solução realista de dois Estados" e anunciando Jerusalém como "a capital indivisível de Israel".
Numa cerimónia na Casa Branca, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump apresentou o plano de paz para o Médio Oriente, explicando que a aceitação do nascimento de um Estado palestiniano deve ficar condicionado a "uma clara rejeição do terrorismo".
Trump referiu-se sempre ao plano de paz como "a minha visão", dizendo que se outras soluções falharam no passado, por serem "muito leves", a sua sucederá, porque assenta num longo documento de 80 páginas e é "a mais arrojada".
O Presidente norte-americano explicou que o seu plano vai resultar porque agradará a todos, ignorando que, nos últimos dias, as autoridades palestinianas rejeitaram o que foram conhecendo sobre o plano de paz de Trump, por o considerar demasiado próximo dos interesses israelitas.
"A minha visão apresenta uma oportunidade de ambos os lados ganharem, uma solução realista de dois estados, que abarca o risco que um Estado palestiniano representa para a segurança de Israel", disse Trump.
O Presidente dos EUA disse que o futuro Estado palestiniano só verá a luz perante várias condições, incluindo uma "clara rejeição do terrorismo" e anunciou que o seu plano admite uma capital palestiniana em Jerusalém oriental.
Trump anunciou que Jerusalém será uma "capital indivisível", repetindo a expressão uma outra vez, para vincar essa condição e lembrando que os Estados Unidos já a tinham aplicado, quando anunciaram a transferência da embaixada dos EUA em Israel para essa cidade.
O plano exige um congelamento de construção de novos colonatos israelitas, durante quatro anos, para permitir à Palestina consolidar o seu Estado, enquanto decorrem negociações para estabilizar a situação.
"O caminho vai ser difícil", admitiu Trump, dizendo que foi eleito para os "desafios difíceis" e não para "fugir aos problemas", prometendo que os Estados Unidos estarão presentes em todas as etapas de aplicação do plano que o Presidente quer ver em ação "imediatamente".
Trump repetiu por várias vezes a importância deste plano de paz para o Médio Oriente como ferramenta para combater o terrorismo, lembrando os feitos dos EUA no combate contra movimentos terroristas em diversos países da região.
Trump disse que tem feito muito para proteger Israel, fazendo referência ao abandono do acordo nuclear com o Irão, em 2018, e aos ataques militares que permitiram a morte de vários líderes de movimentos terroristas.
"O Médio Oriente está a mudar muito rapidamente", concluiu o Presidente norte-americano, elogiando este plano de paz e agradecendo a toda a equipa que nele colaborou e dizendo confiar que os palestinianos o irão abraçar, apesar de vários apelos de rejeição que nos últimos dias se ouviram de líderes da Palestina.
Netanyahu congratula-se com plano que estende soberania de Israel
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, congratula-se com o plano de paz norte-americano que, disse, reconhece a soberania de Israel sobre o Vale do Jordão e partes da Judeia e Samaria (Cisjordânia).
Falando na Casa Branca depois de Donald Trump ter divulgado o seu plano para solucionar o conflito israelo-palestiniano, Netanyahu disse que este é "um dia histórico", classificando o plano como "excecional".
Trata-se de "um caminho realista para uma paz duradoura", considerou o primeiro-ministro israelita em funções.
O reconhecimento de partes da Judeia e Samaria (como o governo israelita denomina o território palestiniano ocupado da Cisjordânia), onde se encontram os colonatos judeus, e do Vale do Jordão é essencial para a segurança israelita, salientou.