Vilaça e Batista terminam em quinto e sexto no triatlo olímpico: "Era a melhor companhia que eu podia pedir para terminar a prova"
31-07-2024 - 11:24

Vasco Vilaça, que ficou a 13 segundos do bronze, imita o quinto lugar de João Pereira no Rio de Janeiro, em 2016, a melhor marca portuguesa no triatlo masculino.

Os triatletas Vasco Vilaça e Ricardo Batista assinaram uma recuperação espectacular, subiram muitos lugares e acabaram a prova de triatlo olímpico em quinto e sexto, respetivamente. A prova foi vencida por Alex Yee, que nos últimos 200 metros surpreendeu Hayden Wilde. O vencedor terminou a prova em 1:39.06. O francês Leo Bergere completa o pódio.

Vilaça, que finalizou o percurso pelas águas e ruas de Paris em 1:43:56 (a 13 segundos do bronze e a cinco do quarto classificado), iguala a melhor marca portuguesa no triatlo masculino, imitando assim o quinto lugar de João Pereira no Rio de Janeiro. Vanessa Fernandes, a maior inspiração de Vilaça e certamente de muitos outros triatletas, conquistou a prata em Pequim, em 2008.

"Foi uma experiência espectacular, a primeira vez nos Jogos Olímpicos", desabafou, aos jornalistas portugueses, um feliz Vilaça. "Adorei a envolvência toda. É sem dúvida um dos sítios mais bonitos em que podíamos ter competido. Cheio cheio cheio de gente, cada vez que passava a transição, ficava nos ouvidos com um zumbido, por causa do barulho e da envolvência. Consegu ouvir portugueses, foi impressionante."

O atleta português reconheceu ainda que se tratou de uma prova "com bastantes dificuldades", não só pela incerteza com o cancelamento do evento na terça-feira, mas também por competirem noutra hora, mais tarde, ou seja ,com mais calor. "Adaptámo-nos para tudo, acho que correu muito bem. Estou muito feliz por ter acabado a prova com o Ricardo e dois diplomas para Portugal."

Ricardo Batista liderou a dupla portuguesa durante muito tempo, mas a reta final de Vilaça, um atleta que treina em Girona, foi impressionante, com um sprint. "Na última volta fui apanhado pelo meu companheiro de equipa e foi o que me deu força para aguentar aqueles 2.5km. Era a melhor companhia que eu podia pedir para terminar uma prova como esta", reconheceu Batista, em declarações à RTP.

Ambos os portugueses sofreram no segmento da natação, onde a forte corrente do Sena tem castigado os atletas, mas mantiveram-se não muito longe do pelotão da frente durante a travessia de bicicleta. Tudo melhorou com a corrida e ficaram assim garantidos mais dois diplomas para a comitiva portuguesa, depois de Nélson Oliveira e Maria Inês Barros, no trap, que ainda luta por um lugar na final.

"Foi uma prova bastante atribulada", admitiu ainda Ricardo Batista. "Acho que correu tudo pelo melhor. As condições da água deixaram-nos nadar, o maior adversário foi a corrente, mas era igual para todos. Foi uma prova muito justa. Ter sido mudada para as 10h45 fez com que tivéssemos condições um pouco mais quentes, mas correu muito bem. O resultado foi excecional."

Esmiuçando a prestação dos portugueses, Vilaça e Batista terminaram os 1.5km de natação em 21:03 e 21:10 minutos, respetivamente; em cima da bicicleta, cumpriram os 40km em 51:30 e 51:29; finalmente, na corrida, onde levantaram voo na classificação, completaram os 10km em 30.04 e 30:06.

Como ponto de comparação, os dados do novo campeão olímpico, o britânico Alex Yee, revelam que passou 20:37 minutos na água do Sena, 51:57 minutos em cima da bicicleta e outros 29:47 correndo no asfalto.