O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) vai manter a greve, anunciou este sábado o dirigente Francisco São Bento, no final de um plenário conjunto, em Aveiras.
“Os associados manifestaram-se e, enquanto não houver uma proposta definitiva e uma reposta ao nosso apelo por parte das entidades patronais, nomeadamente por parte da ANTRAM, estaremos em greve a partir de segunda-feira", adiantou o presidente do SNMMP.
Francisco São Bento admite a preocupação dos sindicatos face à resposta do Governo, que decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e convocou, para este sábado, um gabinete de crise.
"É uma preocupação que está instalada não só nos nossos sindicatos, como nos sindicatos em geral. Temos andado em articulação com mais de uma centena de sindicatos nacionais que demonstram esta preocupação e consideram um autêntico ataque ao direito à greve de qualquer setor. Acho que deviam rever-se nesta nossa luta todos os trabalhadores de Portugal", afirmou.
"Jornalistas, professores, médicos, todas as profissões de Portugal deviam manifestar essa preocupação depois de terem sido decretados estes serviços mínios pelo nosso Governo", acrescentou o dirigente sindical.
“Nem um passo atrás”, ouvia-se à saída do plenário que uniu os dois sindicatos de motoritas. "A decisão foi unânime, a greve é para avançar. Por tempo indeterminado, como determinou o pré-aviso de greve", esclareceu o presidente do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias, Jorge Cordeiro.
A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), a que se associou o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).
Os motoristas reivindicam que a associação patronal Antram cumpra o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100%, racionou os abastecimentos de combustíveis e declarou crise energética até às 23:59 de 21 de agosto, que implica "medidas excecionais" para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.
Num parecer solicitado pelo Governo, o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) considera que o executivo "tem direito a fixar serviços mínimos indispensáveis" para satisfazer "necessidades sociais impreteríveis".
[Em atualização]