A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, assegurou esta segunda-feira que “continua convencida” que um acordo com o Reino Unido é possível e apelou “à responsabilidade” para não acentuar a crise provocada pela pandemia com um não-acordo.
“Queremos um acordo, estamos a trabalhar duramente nas negociações e continuo convencida de que um acordo é possível”, disse a presidente da Comissão Europeia à imprensa em Lisboa.
“Apelo à responsabilidade nestes tempos, em que as nossas economias, de ambos os lados do Canal [da Mancha], foram severamente atingidas: devemos fazer todo o possível para encontrar um acordo […] e não aumentar o impacto negativo nas nossas economias”, afirmou.
Ursula von der Leyen, que iniciou hoje uma visita a Portugal, falava à imprensa ao lado do primeiro-ministro, António Costa, e frisou que “há um fim natural” para as negociações sobre a futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia, o final do período de transição, em 31 de dezembro, advertindo que a ratificação de um pacto por ambos tem de ser concluída até ao final do ano.
“Os pormenores são claros e há disposição do nosso lado para avançar e ter um acordo claro”, insistiu, sem se referir diretamente à ‘ameaça’ de Londres de desrespeitar o Acordo de Saída celebrado com a União Europeia.
Já António Costa, igualmente questionado sobre as perspetivas da ronda negocial final que hoje se iniciou, destacou que “o respeito pelos tratados é um princípio fundamental da ordem internacional”, para considerar “inimaginável que um país como o Reino Unido quebre um princípio fundamental como o respeito dos tratados”.
“Da nossa parte, iremos seguramente respeitá-lo e o Reino Unido irá seguramente também”, disse o primeiro-ministro.
Costa sublinhou que a nova relação entre a União Europeia e o Reino Unido é “entre vizinhos, parceiros económicos e aliados na NATO” e que “nada pode minar a confiança” entre ambos.
“Essa confiança começa a construir-se agora, na forma como formos capazes de executar acordo de saída e negociar o próximo acordo”, acrescentou.