A presidente do Hospital de São José afirmou esta terça-feira ter a certeza de que o médico tomou a decisão correcta no caso do jovem de 29 anos que morreu em Dezembro com um aneurisma roto.
Na comissão parlamentar de saúde que analisa o caso do jovem David Duarte, Teresa Sustelo insistiu que não se tentou transferir o doente para outra unidade "porque não tinha condições" para o ser, à luz das recomendações internacionais.
"Tenho a certeza de que tomou a decisão certa para o doente", declarou a ainda presidente da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra o São José.
Não houve contactos com outros hospitais
Confirmando que não foi contactada qualquer outra unidade hospitalar para transferir David Duarte, a responsável acrescentou ainda que o médico não contactou outros profissionais para que a intervenção se realizasse mesmo durante o fim-de-semana.
Segundo Teresa Sustelo, "em caso de vida ou morte" os profissionais podem ser chamados e não se recusam a comparecer.
"O médico em causa estava absolutamente convencido de que o doente conseguia sobreviver até ter as equipas prontas na segunda-feira", afirmou em declarações aos jornalistas após ser ouvida pelos deputados na comissão parlamentar.
Teresa Sustelo voltou a frisar que as orientações internacionais indicam que nos casos como o de David Duarte a intervenção pode ser realizada até 72 horas.
Transferir aumenta risco de morte entre 24% e 37%
A presidente do São José, que colocou o seu lugar à disposição na sequência deste caso, afirmou ainda desconhecer outras situações semelhantes naquela unidade hospitalar, que ao fim-de-semana não tem equipas completas de neurocirurgia vascular.
Sobre a decisão de não tentar transferir o doente, Teresa Sustelo revelou que, segundo as normas internacionais, casos como o de David Duarte correm um risco acrescido de 24% a 37% ao serem transferidos.
Relativamente à proposta feita pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central para recuperar as equipas de neurocirurgia vascular 24 sobre 24 horas, Teresa Sustelo disse nunca ter tido reservas por parte do Ministério da Saúde, mas reconheceu que a proposta esbarrou no Ministério das Finanças por questões orçamentais.