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O conselho dos direitos humanos da ONU aprovou, esta quinta-feira, a investigação de alegados abusos cometidos por militares russos durante a guerra na Ucrânia.
A moção foi aprovada com 33 votos a favor, 12 abstenções e os votos contra da China e da Eritreia.
Numa sessão de emergência realizada em Genebra, na Suíça, o conselho dos direitos humanos das Nações Unidas ouviu acusações de crimes de guerra, como execuções de civis, violações, tortura e desaparecimentos forçados.
A Rússia foi suspensa recentemente do conselho dos direitos humanos das Nações Unidas e optou por não integrar aquele órgão como observador.
Na quarta-feira, a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, anunciou que um comandante do exército russo capturado será o primeiro membro das Forças Armadas de Moscovo a ser julgado por crimes de guerra em território ucraniano.
Vadim Shishimarin, comandante da unidade 32010 da 4.ª Divisão Blindada da Guarda Kantemirovskaya, da região de Moscovo, sentar-se-á no banco dos réus pelo alegado assassínio de um civil na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, escreveu a procuradora-geral na sua conta da rede social Facebook.
Segundo a investigação do Ministério Público, a 28 de fevereiro, Shishimarin, de 21 anos, matou um homem desarmado que seguia de bicicleta pela estrada na localidade de Chupajivka.
A Rússia iniciou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas de suas casas - mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 5,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou que pelo menos 3.496 civis morreram e 3.760 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.