O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirma o seu pleno respeito "à vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro "compreenda que o seu tempo acabou".
"Apelamos para eleições livres, para que Maduro compreenda que o seu tempo acabou, porque não pode ignorar a vontade do povo e a Assembleia Nacional tem de ser respeitada", disse o ministro à Lusa.
Santos Silva acrescentou "subscrever inteiramente" a declaração da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, "preparada entre Estados-membros", que renova o "apelo para que não haja violência e que seja plenamente respeitada a vontade inequivocamente manifestada hoje pelo povo venezuelano para a realização de eleições livres e justas".
"Seguirão outras tomadas de posição", disse, frisando que Portugal, como a UE, acompanha minuto a minuto o que se passa no país.
O ministro, que falou à Lusa depois de aterrar em Lisboa vindo de Madrid, frisou a importância de a Venezuela "realizar eleições livres e justas" e de "todos os poderes da Assembleia Nacional serem restaurados e respeitados".
O Governo português defendeu a legitimidade da Assembleia Nacional da Venezuela, mas já antes, tinha deixado claro que a
“prioridade” da diplomacia lusa é
garantir a “segurança física” dos portugueses
que vivem na Venezuela, esperando que as manifestações neste país sejam
“pacíficas”.
“Respeito a decisão dos outros países, mas a segurança física dos portugueses que vivem na Venezuela é a prioridade número um” da diplomacia portuguesa, disse Augusto Santos Silva, numa conferência de imprensa acompanhado pelo chefe da diplomacia espanhola, Josep Borrell.
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela (Parlamento), Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente interino do país.
Na resposta, o Presidente Nicolás Maduro acusou o Governo norte-americano de Donald Trump de estar a patrocinar um "golpe de Estado" no país e rompeu as relações diplomáticas com os Estados Unidos.