“Sou pai, sou avô…sou fascista”, diz Rui Cruz na Convenção do Chega. Afinal, diz o militante, quis ser irónico…na parte em que diz que é fascista.
Rui Cruz, ao que se disse, é especialista em marketing político. A ser verdade, esfrangalhou uma regra elementar de comunicação: nunca se usa a ironia em declarações públicas. Presta-se a equívocos, no mínimo.
André Ventura até se esforçou por explicar que se tratou de uma graçola do correligionário, ignorando o que todos tínhamos visto e ouvido. Nos seus discursos, o Presidente do Chega fez promessas à esquerda e à direita e ensaiou o sequestro de Sá Carneiro. Nem uma palavra sobre os ciganos, a castração química dos pedófilos e a prisão perpétua. “Estou preparado para ser primeiro-ministro como Sá Carneiro em 1979”. Logo se verá. Os Media parecem encantados com o Chega e são poucos os que se detêm a olhar de frente para o fenómeno.
Não é nova a mobilização de manifestações através das redes sociais, mas os polícias (PSP e GNR) têm sido muito criativos nas ações de rua. Já cantaram o Hino numa “espera” ao primeiro-ministro e num jogo de futebol, aplaudidos por todo o estádio e depositaram 8 caixões, tantos quantos os anos de governação socialista, frente à AR.
José Paulo Fafe, CEO da Global Media, disse na audição da comissão parlamentar: “Marcelo foi uma das pessoas que mais contribuiu para fomentar a intriga em redor do negócio, criando boatos sobre o Fundo, como ele próprio reconheceu [ao próprio Fafe] através de mensagem, tentado condicionar algumas mudanças até a nível editorial”. Que se saiba, ninguém apareceu a pedir um comentário ao Presidente, ninguém exigiu a Fafe que provasse o que estava a dizer, a começar pelos próprios deputados presentes na comissão parlamentar.
De acordo com a contestação da TAP ao pedido de indeminização de Christine Ourmières-Widener, a ex-presidente não tinha qualificações para o cargo. Então porque é que a contrataram? Somos governados pela “geração rasca”? Os atuais e putativos governantes são, quase todos, dessa geração, cunhada assim por Vicente Jorge Silva num texto sobre as manifestações de estudantes.
São dois enigmas de resposta fácil.