Regresso às aulas. "Máscara tem estatuto ainda mais importante do que o manual escolar”
28-08-2020 - 19:19
 • Sérgio Costa , com redação

Em declarações à Renascença, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas pede mais funcionários para os estabelecimentos de ensino em tempo de pandemia de Covid-19 e ainda aguarda por orientações das autoridades de saúde em relação às aulas de Educação Física.

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“A máscara adquiriu um estatuto ainda mais importante do que o manual escolar”, diz o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Em entrevista à Renascença, Filinto Lima pede mais funcionários para os estabelecimentos de ensino em tempo de pandemia de Covid-19 e ainda aguarda por orientações das autoridades de saúde em relação à Educação Física.

A ANDAEP garante que as “escolas estão prontas para o arranque do ano letivo”, mas são precisos reforços para os trabalhos de higienização dos espaços.

“Agora falo de uma área sensível, que são os funcionários. É preciso não esquecer que no próximo ano letivo, em virtude da pandemia, as escolas vão alargar o seu horário de funcionamento e os nossos funcionários vão ter outra função: irão higienizar os espaços de forma mais profícua e assídua. Nesse sentido era bom que o Ministério das Finanças fizesse chegar às escolas mais funcionários que vão ser muito necessários tendo em conta a evolução da pandemia no próximo ano letivo.”

Escolas entregam kit com máscaras

Nestas declarações à Renascença, Filinto Lima adianta que, a partir da próxima semana, os diretores irão facultar a cada professor, aluno e funcionário “um kit com três máscaras” laváveis, “que dará para todo o primeiro período e obrigatoriamente tem de ser usado”.


“A máscara adquiriu um estatuto ainda mais importante do que o manual escolar. Se no próximo ano o aluno chegar à escola sem máscara, STOP, não entra na escola. Se chegar sem o manual, ele pode entrar e o que vai ter é uma falta de material”, nota o presidente da ANDAEP.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a estudar a possibilidade da as crianças a partir dos seis anos de idade passarem a usar máscara.

Filinto Lima reconhece que a importância da segurança, transmitida através do uso obrigatório da máscara, “é muito importante”, mas será complicado para crianças tão pequenas.

“Já não é fácil um aluno do 5.º ano, que tem 10 ou 11 anos, usar a máscara. Até um aluno do secundário, até nós adultos já não é muito fácil permanecer numa escola durante cinco ou seis horas a usar a máscara. Pior será o cenário se esses alunos, de facto, forem obrigados.”


O porta-voz dos diretores escolares reconhece que, apesar de a medida não ser de fácil aplicação, as eventuais orientações da DGS serão acatadas.

“Pois que remédio têm as escolas e os pais que não seja o uso obrigatório da máscara por parte desses alunos mais pequeninos. Vamos aguardar”, sublinha.

Noutro plano, a ANDAEP apela à DGS que, “no mais curto espaço de tempo possível, faça chegar às escolas orientações para uma “área fundamental, que é a prática da Educação Física e do desporto escolar”.

“É uma disciplina que exige contacto físico, tem muitos desportos coletivos, tem balneários pequenos que são partilhados por muitos alunos. É necessário que essas orientações cheguem às escolas”, alerta Filinto Lima.

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