A presidente da Comissão Europeia baixa as expectativas quanto ao sexto pacote de sanções à Rússia, que começou a ser discutido nesta segunda-feira no Conselho Europeu Extraordinário, em Bruxelas.
Ursula Von der Leyen mostra-se cética em relação a um acordo sobre sanções sobre o petróleo russo.
“Nunca é fácil e com este sexto pacote também não será. A Comissão e a presidência francesa têm trabalhado intensamente nos últimos dias para avançarmos com este pacote. Ainda não estamos lá. Tem certamente amadurecido, mas as minhas expectativas são baixas quanto a resolver-se nas próximas 48h. Mas estou confiante de que depois haverá uma possibilidade”, afirmou aos jornalistas, à entrada para o Conselho Europeu.
Em cima da mesa está uma proposta que passa por proibir, até ao final do ano, o petróleo russo que chegue à Europa por via marítima, mas que permite que países mais dependentes – como Hungria, República Checa e Eslováquia – continuem a receber petróleo por via terrestre, através do oleoduto russo de Drázebá.
“É a solução possível”, diz Paulo Sande, especialista em assuntos europeus. “Pelo menos, houve uma evolução hoje de manhã na reunião dos representantes dos vários Estados-membros, que vai ao Conselho Europeu, o que parecia já excluído há dois ou três dias. Não é a solução ideal, não será uma solução airosa; é a solução possível”.
Na Alemanha, onde nesta segunda-feira visitou a feita industrial de Hannover ao lado do chanceler Olaf Schoz, o primeiro-ministro português considera que a União Europeia tem vontade de encontrar um ponto de entendimento e defendeu que Portugal pode ser a entrada do gás para a Europa e o porto de Sines a infraestrutura ideal.
“A Europa vai necessitar, crescentemente, de mais energia e, portanto, todo este investimento é absolutamente indispensável. Já tivesse sido ele feito na altura própria, já hoje a Europa estaria a beneficiar dessa nossa capacidade de fornecer energia”, afirmou.
“A Comissão Europeia finalmente reconheceu novamente a prioridade desta interconexão da Península Ibérica com a Europa, a França está neste momento mais disponível para levantar as restrições que tinha levantado do ponto de vista ambiental para estabelecer a interconexão e, sobretudo tendo em conta que esta infraestrutura, hoje pode servir para o gás natural, mas servirá amanhã para o hidrogénio verde, por isso, é uma mais-valia ambiental importante”, acrescentou António Costa.
Portugal está representado com 109 empresas na Feira de Hannover.