Pepe, capitão do FC Porto, critica as declarações de Jorge Jesus, treinador do Benfica, quando afirmou que multaria Stephen Eustáquio, jogador do Paços de Ferreira, por uma entrada que considerou maldosa sobre Julian Weigl.
Em entrevista ao semanário "Novo", na sua primeira edição, o defesa-central diz-se envergonhado pela atitude do treinador do Benfica e recorda lances dos jogadores encarnados contra o FC Porto.
"Senti-me envergonhado ao ver um treinador falar daquela maneira. Porque é que ele não falou quando os jogadores dele pisaram o Corona? Quando jogámos contra ele vínhamos de um jogo de 120 minutos e disseram que 'é este Benfica que queremos, com agressividade'. E o próprio treinador que fala de agressividade vem agora falar do Eustáquio, um lance em que tentou jogar a bola, infelizmente atingiu o jogador do Benfica", começa por dizer.
Pepe diz que os jogadores "não têm maldade". "Não queremos lesionar outro companheiro de profissão. Acho que foram declarações lamentáveis de uma pessoa que sabe e percebe de futebol e depois tem este tipo de comentários. Nós, jogadores, trabalhamos para ajudar a nossa equipa para fazer o nosso jogo, e aquilo que nos é pedido não é entrar dentro de campo, dar porrada, lesionar e fazer mal ao próximo", explica.
Ronaldo sem estofo para Portugal
Pepe acredita que seria muito bom para Portugal que Cristiano Ronaldo regressasse ao futebol nacional, mas acredita que o capitão da seleção não iria aguentar "a forma como falam de futebol em Portugal".
"Era muito bom para o futebol português que o Cristiano pudesse voltar para Portugal, mas não sei se ele ia aguentar muito as pessoas a falar como falam de futebol em Portugal. As pessoas criticam sem saber o que é fazer mais de 30 golos por ano. É brutal. Espero que ele fique em Turim e continue a dar alegria a nós e a representar Portugal como representa", atira.
O capitão dos dragões puxa a fita atrás e recorda o caso de racismo em Guimarães, com o colega de equipa Marega como vítima. Pepe acredita que o povo português não é racista.
"É uma situação muito delicada. Não podemos dizer que o povo português é racista. Eu vim de outro país e não senti isso. Senti-me muito acarinhado, senti-me como mais um No caso do Marega é muito triste, é lamentável, mas o mais importante é o Moussa saber que isso não representa o povo português. Temos de entender que um ato daqueles é isolado", termina.