O Patriarcado de Lisboa realiza no próximo domingo, 29 de janeiro, mais um Fórum das Missões. Com o tema ‘Sereis minhas testemunhas – Desafios da Missão Ad Gentes rumo à Jornada Mundial da Juventude’, a iniciativa tem este ano a JMJ em pano de fundo.
Albino dos Anjos, responsável pelo Serviço de Animação Missionária do Patriarcado, espera lotação esgotada. A sua experiência diz-lhe que são muitos os jovens que desejam partir em missão, dentro e fora do país.
“Os jovens identificam-se muito com Cristo. Nem sempre com a instituição, com a hierarquia, nem sempre com os organismos, mas essa é outra questão… mas, Cristo continua a fascinar os jovens, e percebemos claramente, ao nível da pastoral universitária, das vocações, que muitos jovens que aderem às missões”, avança à Renascença.
Em relação à “parte institucional da Igreja”, admite que “pode haver fatores que explicam algum esfriamento”, mas garante que “em termos de missão, assistimos todos os anos a várias propostas concretizadas em paróquias, escolas, com jovens que vão para a Guiné, São Tomé, Cabo Verde. Vão e vêm entusiasmados, tocados por um outro estilo de Igreja, outro estilo de evangelização e missionação, que nos falta muitas vezes aqui em Portugal, por tantas razões… estamos mais apagados nesta questão”.
Albino Anjos diz que “a missão acontece, e no dia a dia vai marcando comunidades. Muitas pessoas aderem e vão mesmo para a linha da frente, dedicam um ano ou dois da sua vida à atividade missionária. Na diocese de Lisboa temos vários missionários que estão fora, estamos a falar de um número já considerável, mais de 40, que estão em Timor, na Amazónia e em vários cantos, a viver com aquelas comunidades a experiência de fé em Cristo Salvador”.
Há cada vez mais cibernautas que têm o primeiro contacto com a fé e com Cristo através de um clique
Dia 29, o Fórum das Missões incluirá uma exposição “direcionada aos adolescentes”, para dar a conhecer vários projetos missionários ligados a institutos, ONG’s, movimentos ou paróquias, mas este ano vão também “partir de exemplos concretos de atividades pastorais no âmbito do digital, e apresentá-las como propostas no âmbito da evangelização e missionação”, para mostrar o potencial que a internet e as redes sociais têm para comunicar e criar vínculos.
“Há cada vez mais cibernautas que têm o primeiro contacto com a fé e com Cristo através de um clique. A experiência que vamos escutar da JMJ, do ‘Passo-a-rezar’, do ‘LabOratório da Fé’, que são alguns dos intervenientes, mostra que quando temos uma proposta pastoral com um bom conteúdo e tecnicamente bem elaborada, as pessoas aderem, deixam-se inquietar. Claro que depois, a montante e a jusante, é necessário fazer outro tipo de trabalho, uma parte mais catequética. Mas, o primeiro clique é fundamental para o despertar da fé”, afirma.
“Estamos a falar de uma questão fulcral para a Igreja, que é a evangelização. Estamos a falar de realidades novas, digitais, que são instrumentos muito importantes neste contexto da globalização, e a Igreja tem de saber estar numa área tão interessante e que devemos usar para o bem comum e para testemunhar Cristo”, sublinha ainda.
Sobre o tema escolhido para este ano, o padre Albino dos Anjos explica que “não podíamos ficar alheados, porque este é o grande programa pastoral para a Igreja de Portugal este ano. Vamos trabalhar a figura de Carlo Acutis, um dos padroeiros da JMJ”, e “não será um encontro teórico”, garante, lembrando que “o próprio lema da Jornada, ‘Maria partiu apressadamente’, também transpira missão. Nossa Senhora é um bom ícone da atividade missionária!”.
O Fórum de 29 de janeiro vai decorrer na igreja de São João de Deus, mas será também transmitido nos canais media do Patriarcado e da paróquia.
Do programa, que começa às 10h00, faz parte o ‘Encontro Missionário’, as ‘Mission Talks’ (com testemunhos), às 14h30, e o Terço Missionário, às 17h00. O encontro terminará pelas 19h00 com a eucaristia presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.