Pelo menos mais três pessoas terão morrido nas últimas horas em protestos na cidade de Nampula, no norte de Moçambique, avança à Renascença a plataforma eleitoral Decide.

"Temos três mortes, todas elas na província de Nampula, e dois que encontram-se a receber cuidados hospitalares. Temos também alguns outros feridos e o destaque vai claramente para a jovem que foi atropelada por um carro da força militar moçambicana", adianta Wilker Dias, porta-voz da Plataforma Decide.

Na manhã desta quinta-feira, a situação “está mais calma, nos casos concretos dos sítios em que houve maior agitação, por exemplo Nampula, o movimento é muito tímido e nota-se também a presença de muita a polícia naquele local”.

Um cenário que é bem diferente daquele que se verifica em Maputo, onde “não há circulação de nenhum carro a esta altura”, nem sequer é visível um grande aparato policial, “o que até pode ser preocupante, porque nós não estamos habituados a isso”.

Os protestos convocados por Venâncio Mondlane estendem-se até esta sexta-feira e “as pessoas vão esperar para ver qual é o ambiente nas ruas, face à presença policial”.

Wilker Dias sublinha que “as manifestações têm sido sempre pacíficas, o que estraga é a própria intervenção policial que tem elevado os ânimos da população”.

Pelo menos 68 pessoas morreram nas três semanas de contestação ao resultado das presidenciais moçambicanas de 9 de outubro, que deram a vitória a Daniel Chapo, da Frelimo.