Álvaro Sobrinho, dono da Holdimo, considera que o recuo de Bruno de Carvalho, na decisão de se afastar do clube, se deve ao anúncio, por parte da Comissão de Gestão, de uma auditoria forense às contas da SAD.
Em declarações a Bola Branca, o dono da empresa que é o maior acionista individual da SAD leonina diz que o presidente destituído tem "receio" dessa auditoria: "Mudar de opinião em 14 ou 15 horas, revela receio que exista uma auditoria forense. Se não fosse isso, não recuava e não dizia que ainda era presidente da SAD".
Sobrinho espera que esta auditoria forense revele "irregularidades", mas o que importa aferir é "a dimensão das irregularidades". "Quem vai gerir o clube tem de saber o que vai encontrar", alerta o empresário angolano.
Quanto ao facto de Bruno de Carvalho se ter desmentido a si próprio, Álvaro Sobrinho garante que "já estava à espera". "Ele diz hoje uma coisa e amanhã faz outra", atira o acionista.
Chumbo a Bruno e sim a Sousa Cintra
Sobrinho vê Bruno de Carvalho como um "morto-vivo", que "não tem as mínimas condições de ir a uma assembleia geral ou candidatar-se" a eleições.
"Não podemos parar a nossa vida por causa de um senhor que tenta impedir a vida das instituições. Não perco o mínimo de tempo a pensar nele. Agora, estou a pensar em como se sai da situação em que o Sporting está", garante Sobrinho.
A pensar no futuro, Álvaro Sobrinho aprova a decisão da Comissão de Gestão em designar Sousa Cintra para novo líder da SAD verde e branca.
"Conhece bem o Sporting, conhece bem a SAD, sabe como as coisas funcionam e, portanto, é a pessoa mais indicada", reconhece o empresário.
Tentativas de agressões
Álvaro Sobrinho relaciona a tentativa de agressão de que foi alvo no sábado passado com o discurso recente de Bruno de Carvalho.
Para o líder da Holdimo, o presidente destituído é "um incendiário", que "passa a vida a incitar as pessoas para atos de violência".
"Chamar terrorista, bandido e todos esses nomes incríveis não faz o mínimo sentido. O Sporting não é aquilo, não é um conjunto de fanáticos. Só é possível ter gente assim porque temos um líder que não sabe que incita a isso mesmo. Não sou eu que digo, são as provas. Há uma relação de causa-efeito", remata Sobrinho.
Continuidade na SAD não está em causa. Por enquanto.
Para Álvaro Sobrinho, uma saída da Holdimo da SAD do Sporting pode ser "prejudicial ao clube, aos investidores e é um mau sinal para o mercado".
Este cenário está dependente das pessoas e dos projetos que surjam, em setembro.
"É uma coisa que tem de ser ponderada e tem de ser ver quem traz um projeto viável. As pessoas têm de apresentar os projetos e depois logo se vê", diz Álvaro Sobrinho a Bola Branca.