O Governo está a analisar com urgência um pedido para acelerar o processo de atribuição de nacionalidade portuguesa a um israelita que está refém do Hamas.
A informação foi avançada pelo jornal "Público" e confirmada à Renascença pelo advogado José Ribeiro e Castro, que assinou o requerimento que António Costa e a ministra da Justiça, Catarina Sarmento, já têm em mãos.
O pedido foi feito por Ofer Calderon, de 53 anos que, junto de dois filhos, de 16 e 12 anos, está refém do Hamas desde 7 de outubro.
O Executivo já tinha recebido na sexta-feira um primeiro pedido, feito pela mandatária da família, Carina Vicente Correia.
O documento recebido já este domingo pelo primeiro-ministro conta com a assinatura da mesma mandatária e, também, a de José Ribeiro e Castro.
O antigo líder do CDS pede que o Governo não faça menos "do que faria Aristides de Sousa Mendes".
"Trata-se de uma situação humanitária e a decisão, neste caso, tem de ser do Governo", considera, à Renascença.
Os filhos de Ofer Calderon já têm dupla nacionalidade - israelita e francesa - faltando agora que o pai receba a portuguesa.
José Ribeiro e Castro diz que interveio para acelerar um processo de atribuição de nacionalidade que dura há dois anos, quando entrou pela primeira vez o pedido na Conservatória dos Registos Centrais. ao abrigo da Lei dos Sefarditas, válida até ao final de 2023.
O Hamas fez mais de 200 reféns, para lá da família Calderon, desde o escalar do conflito com Israel.
O jornal "The New York Times" indicou que é possível que alguns reféns que tenham dupla nacionalidade possam ser libertados. É o caso das duas reféns com cidadania norte-americana que regressaram a Israel.