A manifestação, que começou de forma pacífica, acabou com intervenção policial, depois de ter sido registado o arremesso de pedras e atos de vandalismo. A polícia respondeu com gás lacrimogéneo.
Nas ruas, vários objetos foram incendiados, caixotes do lixo e mesas de restaurantes vandalizadas e vários carros danificados.
As mortes de sexta-feira registaram-se depois de um homem ter disparado sobre um centro cultural curdo, um restaurante e um salão de cabeleireiro no centro de Paris, em França.
Depois de, sexta-feira, a multidão ter entrado em conflito com a polícia, o Conselho Democrático Curdo em França (CDK-F) convocou, através do site e canais de comunicação, uma reunião a partir do meio-dia (11h00 em Portugal) de sábado na Praça da República.
A procuradora Laure Beccuau disse, na sexta-feira, que estão a ser investigadas possíveis motivações racistas para o ataque, mas os representantes curdos defendem que o ataque deveria ser considerado como ataque terrorista.
"Sabemos que estamos sob ameaça, curdos em geral, ativistas e militantes curdos. A França deve-nos proteção", disse Berivan Firat, porta-voz da CDK-F, à BFM TV.
Em 2013, três mulheres ativistas curdas, incluindo Sakine Cansiz, uma fundadora do PKK, foram encontradas mortas a tiro num centro curdo em Paris. Os assassinatos de sexta-feira causaram particular consternação na comunidade curda que regista o 10.º aniversário dos assassinatos de três mulheres curdas em Paris.
"A comunidade curda está com medo. Já estava traumatizada com o triplo homicídio [em 2013]. Precisa de respostas, apoio e consideração", disse David Andic, um advogado representante do CDK-F, na sexta-feira.
O chefe da polícia de Paris encontrou-se este sábado com membros da comunidade curda, numa tentativa de acalmar os seus receios antes do comício na Praça da República.