Jerónimo reitera necessidade de renegociar a dívida
04-12-2016 - 14:05

Num discurso de cerca de quinze minutos, o líder do PCP insistiu na fim da “submissão ao euro”.

O secretário-geral do PCP reeleito insistiu este domingo na necessidade de Portugal renegociar a dívida e libertar-se da “teia” do euro para poder crescer economicamente, no encerramento do XX Congresso comunista, em Almada.

“É uma luta e convergência em torno de uma política concreta. Reafirmamos, em síntese, o conteúdo da política patriótica e de esquerda: libertar Portugal da teia de submissão, dependência e constrangimentos impostos pelo euro, renegociar a dívida e recuperar para o país o que é do país”, afirmou Jerónimo de Sousa, no Complexo Desportivo Municipal "Cidade de Almada".

O líder comunista, com renovado mandato presumivelmente até 2020, referia-se à protecção de “recursos, sectores estratégicos”, bem como “ao direito inalienável ao desenvolvimento e criação de emprego”, incluídos na “política patriótica e de esquerda” preconizada pelo PCP.

“Pôr Portugal a produzir, com mais agricultura, mais pescas, mais indústria, apoiando pequenos e médios empresários, valorizando trabalhadores e salários, com direito à saúde, educação, cultura e protecção social”, foram outros argumentos apresentados à plateia de cerca de 3.500 apoiantes, com bandeiras do PCP e de Portugal.

Jerónimo de Sousa salientou “algumas das prioridades da intervenção próxima” do seu partido – “aumento dos salários e fixação do Salário Mínimo Nacional em 600 euros, em Janeiro próximo; a alteração de aspectos gravosos da legislação laboral, com revogação da caducidade da contratação colectiva; o combate à precariedade e aplicação do princípio de que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo efectivo”, ao mesmo tempo que defendeu Serviço Nacional de Saúde, escola e transportes públicos e a cultura.

“É inaceitável que nos queiram atirar enquanto povo e nação para o gueto do empobrecimento, dependência e negação dos direitos de Portugal ao seu desenvolvimento soberano. Inaceitável que todos os anos sejam retirados mais de oito mil milhões de euros aos recursos públicos só para pagamento de juros da dívida para manter o privilégio e, no final de cada ano, a dívida se encontrar exactamente na mesma”, lamentou, num discurso de cerca de 15 minutos.