O Presidente ucraniano assinou esta terça-feira um decreto que autoriza a transferência para a reserva dos recrutas que tenham cumprido o serviço militar obrigatório de 18 meses, até agora indefinido devido à lei marcial e à mobilização geral em vigor.
Estes recrutas não poderão ser convocados novamente por um período de doze meses a partir do momento em que terminarem o serviço militar, desde que não tenham manifestado a sua vontade de continuar no Exército, de acordo com a agência de notícias Ukrinform.
A lei marcial está em vigor desde 24 de fevereiro de 2022, na sequência da invasão russa da Ucrânia.
Não foram fornecidos números concretos, mas especula-se que muitos dos que podiam passar para a reserva estão entre as vítimas da guerra, noticiou a agência Europa Press.
Em 2021, foi noticiado que quase 13 mil jovens iniciaram o serviço militar e que 28 mil novos militares foram recrutados durante 2021 para ingressar no Exército, na Guarda Nacional ou na Proteção Civil.
A necessidade de recrutar novos recrutas tem sido uma questão debatida na Ucrânia.
O próprio chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, manifestou recentemente o seu apoio, depois de recordar que tinha apenas duas brigadas formadas e em reserva preparadas para o destacamento, mas que não tinham as armas e o material necessários para tal.
As autoridades ucranianas lamentaram nos últimos dias os atrasos nas entregas de ajuda militar ocidental, o que forçou o Exército de Kyiv a retirar-se da cidade de Avdiivka (leste), após quatro meses de combates.
Hoje, Kyiv também anunciou que abandonou uma pequena aldeia perto de Avdiivka, face à pressão incessante da Rússia.
O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky lamentou hoje que a Ucrânia recebeu apenas 30 por cento dos milhões de projéteis de artilharia prometidos pela União Europeia (UE) no ano passado, depois de ter referido, na semana passada, os atrasos nas entregas de armas contribuíram para o fracasso da grande contraofensiva de Kyiv, no verão de 2023.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.