O eurodeputado do Bloco de Esquerda, José Gusmão, garante que a posição do partido em relação à NATO "não mudou um milímetro". Este tem sido um dos pontos em que a oposição interna e, em específico a Moção E, tem atacado a atual coordenação do partido.
No sábado, Pedro Soares, ex-deputado e porta-voz desta moção, questionou porque é que o Bloco de Esquerda decidiu participar na visita à Ucrânia organizada pelo Parlamento e acusou o presidente da Assembleia Nacional ucraniana de ter traços "neonazis".
Já este domingo, dia do encerramento da XIII Convenção Nacional do Bloco, José Gusmão sai em defesa da atual direção, argumentando que não aceitar o convite de Augusto Santos Silva seria "assumir uma posição oficial de não-reconhecimento da Ucrânia e das suas instituições".
O eurodeputado bloquista acusa por isso a oposição interna de estar a assinalar uma "divergência inventada" porque, segundo José Gusmão, a posição do Bloco de Esquerda em relação à NATO não mudou, e o partido continua a ser contra o alargamento do Tratado Atlântico e a "defesa da extinção" da aliança.
Gusmão contra-ataca e acusa a oposição interna de ter defendido publicamente a entrega dos territórios ocupados pelos russos à Rússia e de os militantes da Moção E terem recusado "todas" as propostas da atual direção de apoio à Ucrânia.
O discurso do eurodeputado foi feito durante a XIII Convenção do Bloco de Esquerda, que está a acontecer este fim-de-semana no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, e que vai escolher um novo líder. Mariana Mortágua, da Moção A, é a grande favorita à vitória e tem como adversário o ex-deputado Pedro Soares, que lidera a Moção E.