A vice-procuradora-geral dos Estados Unidos, Lisa Monaco, e o secretário-geral da Justiça da Estónia, Tõnis Saar, assinaram este sábado um acordo para utilizar os fundos confiscados de crimes russos em benefício da Ucrânia.
Os EUA vão transferir quase 500 mil dólares (mais de 460 mil euros) para a Estónia, no âmbito deste acordo, que por sua vez os transferirá para a Ucrânia.
Lisa Monaco explicou que o dinheiro foi confiscado pelo grupo de trabalho KleptoCapture do Departamento de Justiça dos EUA e que aqueles fundos pertenciam a "uma rede ilícita" que exportava ferramentas de alta precisão dos Estados Unidos.
A rede tentou contrabandear máquinas "que podem ajudar a desenvolver armas perigosas utilizadas para atividades de defesa e de proliferação nuclear" para a Rússia, mas foi intercetada, sublinhou.
"Estamos a transferir os fundos confiscados para os nossos parceiros estónios - em benefício da Ucrânia - porque, neste caso, as nossas autoridades atuais não permitem uma transferência direta para a Ucrânia", disse a responsável norte-americana.
Monaco explicou que o grupo KleptoCapture foi criado poucos dias depois da "invasão ilegal e não provocada da Ucrânia pela Rússia" e que esta unidade tem como missão "perseguir os ganhos ilícitos daqueles que sustentam a máquina de guerra russa".
O Ministério Público procedeu ainda à acusação de seis pessoas por violações do controlo de exportações e crimes de branqueamento de capitais.
Um cidadão da Letónia confessou-se culpado destas acusações num tribunal federal dos EUA há poucos dias.
Nos termos do acordo, a Estónia vai utilizar estes fundos transferidos para lançar um projeto com o intuito de "avaliar de forma mais rápida e eficiente os danos causados aos sistemas de transmissão e distribuição elétrica da Ucrânia".
Lisa Monaco observou que o grupo KleptoCapture já prendeu numerosos "facilitadores" da agressão russa e iniciou múltiplas ações de confisco que envolvem centenas de milhões de dólares "ligados a oligarcas russos e outras redes de aquisição ilícita".
A vice-procuradora-geral sublinhou que "os esforços globais para enfrentar a Rússia exigem uma parceria global" e o acordo de hoje representa "essa parceria em ação".