Metro de Lisboa. Escassez de cartões Viva Viagem só deve ficar resolvida no fim do ano
29-09-2016 - 13:00
 • Ricardo Conceição

Pode ter-se cruzado, por este dias, com a seguinte mensagem:“Neste momento não é possível a venda do cartão. Desculpe o incómodo.” Nas estações com maior afluência, as filas vão crescendo.

Vão continuar por mais algumas semanas os problemas no fornecimento de cartões Viva Viagem nas máquinas do Metropolitano de Lisboa. A OTLIS, que gere o sistema, espera ter os problemas totalmente resolvidos no final do ano, sendo que em Outubro a situação deverá melhorar.

A escassez de bilhetes está a ser colmatada com a venda manual de títulos nos postos dos operadores de transportes, uma vez que as máquinas do Metro apresentam por estes dias a mensagem: “Neste momento não é possível a venda do cartão Sete Colinas. Desculpe o incómodo.”

Fonte da OTLIS, contactada pela Renascença, responsabiliza o fornecedor dos cartões - a ASK (empresa com sede em França). O fornecedor falhou no envio das encomendas e está agora a tentar recuperar o tempo perdido.

Mas esta quinta-feira “está a ser embarcado” um lote de rolos de bilhetes, garante.

Enquanto não chegam, a solução passa por vender manualmente os cartões individuais. Enquanto isso, as filas vão crescendo, sobretudo, nas estações do Metro com maior afluência.

A mesma fonte diz esperar uma melhoria já no próximo mês e refere que com a chegada de novos títulos e a implementação de sistemas de outros fornecedores permitirá um regresso à normalidade “até ao final do ano”.

As encomendas anuais estão na casa dos 10 milhões de cartões.

Produção afectada por fecho de fábrica

A OTLIS (agrupamento complementar de empresas na área dos transportes) diz que o problema está no rolo utilizado nas máquinas do Metro de Lisboa.

Aqueles dispositivos não funcionam de outra forma e a alternativa é a venda manual de bilhetes isolados, que chegam em caixas.

Segundo os operadores de Transportes de Lisboa, a ASK detém o monopólio mundial da tecnologia dos cartões usados em Lisboa. Mas, ao que tudo indica, o problema está a afectar outros países, como o México.

A OTLIS acusa a empresa francesa de nunca ter referido qualquer problema na capacidade de produção e acrescenta que a fábrica na China terá encerrado sem aviso prévio.

Os operadores de transportes garantem que já têm fornecedores alternativos, estando em curso a reprogramação das “máquinas” de controlo de acessos para que possam funcionar com outros cartões.

Na calha está também a introdução de um novo suporte, mas nem todos os operadores vão ter o sistema pronto ao mesmo tempo.

A Renascença contactou a empresa francesa, mas a ASK remete para mais tarde eventuais esclarecimentos.