O ainda líder do SPD, Martin Schulz, anunciou esta sexta-feira que não assumirá o lugar de ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de coligação com a CDU de Angela Merkel.
A decisão do líder demissionário dos social-democratas alemães acontece dias depois de ter anunciado que ia deixar a liderança do partido, mas que ocuparia o lugar de ministro. Uma decisão que provocou mal-estar dentro do partido e que colocou em risco a votação interna do sim ao acordo com Merkel.
“Venho anunciar a minha renúncia a qualquer participação no elenco do Governo federal, esperando sinceramente que isso possa colocar um ponto final nas discussões dentro do SPD”, fez saber Schulz, através de um comunicado.
Depois de ter abandonado o cargo de presidente do Parlamento Europeu para conduzir o SPD às urnas, Schulz conseguiu o pior resultado do partido desde o pós-guerra. Um resultado que não satisfez os membros do partido e que levou a que Schulz se tornasse um líder contestado. A decisão de abandonar a liderança do partido mas ocupar o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros aumentou ainda mais o debate interno, depois de Schulz ter jurado nunca fazer parte de um executivo de Merkel.
Apesar do acordo anunciado, a instabilidade dentro do SPD pode levar a que a coligação não aconteça, já que os social-democratas decidiram referendar a decisão do ainda líder a 4 de março. Schulz renuncia assim ao cargo de ministro, na esperança de conseguir salvar o acordo assinado com a CDU.
“Os debates à volta da minha pessoa ameaçam o sucesso da votação. Pelo que declaro aqui a renúncia à minha entrada no Governo”, pode ler-se no comunicado de Schulz, vinculado pelas agências internacionais.