Sondagem das Sondagens. AD e IL têm maioria relativa, mas PS, BE, CDU e Livre também
08-03-2024 - 00:05
 • João Pedro Quesado

O agregador de sondagens da Renascença estima uma vitória da AD. Se as sondagens estiverem certas e o "não é não" ao Chega se mantiver, os blocos de direita e esquerda ficam praticamente empatados em votos, e a governabilidade depois de 10 de março pode ficar dependente do PAN.


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A dois dias das eleições legislativas de 10 de março, o agregador de sondagens da Renascença estima uma vitória da Aliança Democrática (AD), mas sem maioria absoluta - um cenário semelhante à última estimativa de 2022, mas com um líder diferente. A distância entre a AD e o Partido Socialista está nos 4,5 pontos percentuais.

Depois de começar com um empate técnico, a Sondagem das Sondagens estima que a coligação entre PSD, CDS e PPM some 32,3% das intenções de voto, enquanto o PS acumula 27,8% das intenções.

Ao contrário do que acontecia em 2022, desta vez não há dúvidas sobre a terceira força política - é o Chega. Contudo, depois de dar um salto na segunda metade de janeiro, a campanha eleitoral parece ter feito o partido de André Ventura escorregar nas sondagens. A estimativa é de 16,9% das intenções de voto.

O quarto lugar mudou algumas vezes de dono desde janeiro. Neste momento, é a Iniciativa Liberal que, com 5,5% das intenções, está à frente do Bloco de Esquerda, que tem 4,6%.

Se a campanha parece ter sido desfavorável ao Chega, a história do Livre é exatamente ao contrário. O partido fundado por Rui Tavares está relativamente descolado da CDU e chega ao fim da campanha com o valor mais alto que alguma vez obteve na Sondagem das Sondagens: 3,7%.

Depois de uma descida nas sondagens, a CDU recuperou algum terreno - a estimativa é de 2,7% das intenções. Já o PAN tem 1,3%.

Cenários de governação com pouca margem

Se as sondagens estiverem corretas e esta estimativa se cumprir, a direita sem o Chega soma 37,8% das intenções de voto, e a esquerda (PS, BE, CDU e Livre) soma 38,8%. Assumindo como definitivo o "não é não" de Luís Montenegro ao Chega, se o PAN conseguir eleger, o partido de Inês Sousa Real pode ser decisivo para haver uma maioria na Assembleia da República - e para a formação de um Governo.

Comparando com os resultados de 2022, o PS é quem mais perde: são mais de 13 pontos que se esfumam face à maioria absoluta. A AD tem mais 1,9 pontos que a soma dos resultados do PSD e do CDS em 2022.

Entre os perdedores estão ainda a CDU (menos 1,6 pontos) e o PAN (menos 0,3 pontos). Os restantes partidos devem ganhar votos, principalmente o Chega (mais 9,7 pontos) e o Livre (mais 2,4 pontos). A IL poderá crescer 0,6 pontos, enquanto o BE tem uma diferença de duas décima face ao resultado de 2022.

Sondagens podem estar a subestimar o PS

Em 2022, o choque da maioria absoluta fez todos perguntar "o que correu mal nas sondagens?". Em 2024, as sondagens podem estar a subestimar o PS em três a quatro pontos percentuais, segundo Pedro Silva Martins - ex-secretário de Estado do Emprego no Governo de Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2013 e agora militante da Iniciativa Liberal.

Na análise de Pedro Silva Martins, o envelhecimento da população e a emigração de jovens fazem com que todas as casas de sondagens subvalorizem o PS e beneficiem partidos com mais eleitorado jovem na sua amostra.

A soma de quatro pontos percentuais à estimativa do PS na Sondagem das Sondagens é suficiente para provocar um empate com a AD.

[notícia atualizada às 12h04 com sondagem da Consulmark2]