O presidente do Governo Regional dos Açores assegura à Renascença que apesar da frequência da crise sísmica não ter diminuído, há uma redução da magnitude dos sismos que se têm feito sentir.
“Houve uma estabilização. Isto é, não diminuiu a frequência da crise sísmica. No entanto, há uma redução da libertação de energia e a própria magnitude dos sismos é menor. Mas a sua frequência continua intensa, e é uma situação anormal e por isso, estamos prevenidos para todas as situações”, disse José Manuel Boleiro.
Uma prevenção que está a decorrer com a máxima proficiência, com reforço de meios nas últimas horas na área da saúde, com mais quatro médicos, cinco enfermeiros e um psicólogo.
Um reforço que visa assegurar transitoriamente que o centro de saúde da Calheta, fora da zona de risco, funcione 24 horas por dia, sem interrupção.
Evacuação da ilha só em caso de erupção
Os preparativos em curso por parte das autoridades – que preveem, em último caso, a evacuação de toda a ilha - não são mais do que preventivos.
“Para já, a situação não é mesma que estamos a preparar para uma necessidade de evacuação oficializada e determinada pela Proteção Civil regional”, explicou José Bolieiro.
Apesar de não existir nenhuma declaração de evacuação do concelho das Velas, exceção feita à retirada de pessoas de mobilidade reduzida e dos habitantes das fajãs, a localidade está quase deserta.
Cerca de 1.700 decidiram abandonar São Jorge, deslocando-se para outras ilhas do arquipélago onde têm ou outra habitação ou familiares. E perto de 8.000 decidiram, por iniciativa própria, mudar-se para o concelho vizinho da Calheta, onde ontem, ao final da tarde, havia população a transportar colchões e mantas pela rua, para preparar mais uma noite fora de casa.
O nível de alerta vulcânico de V4 é o mais alto possível para a atual situação, porque só em caso de erupção o nível V5 é acionado.