O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês garante que o regime de Pequim está preparado para cooperar com o Presidente eleito do EUA, Joe Biden, sobre diversas prioridades, mas alertou Washington contra possíveis acusações de subversão ou de traição relativamente à China.
Após meses de confrontação direta com a administração do cessante Donald Trump, o chefe da diplomacia chinesa, Wang Li, disse aguardar um regresso ao diálogo e a um clima de "confiança mútua" entre as duas primeiras potências económicas mundiais após a tomada de posse de Biden a 20 de janeiro.
"É importante que a política americana face à China seja retomada logo que possível com objetividade e com razão", disse Wang Li numa entrevista virtual perante a Asia Society, um círculo de reflexão de Nova Iorque.
O dirigente chinês assegurou que a China considera existir uma "possibilidade de cooperação" com a futura administração da Casa Branca, em temas como o combate à pandemia, a crise económica e as alterações climáticas.
"Esperamos poder alargar a cooperação e gerir as nossas divergências através do diálogo", insistiu.
A administração Trump acentuou nos últimos meses um braço de ferro generalizado com Pequim, comprometendo décadas de diálogo com a potência asiática.
O chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, um representante da linha dura neste confronto que fez recordar o período da Guerra Fria, pôs termo aos programas culturais de intercâmbio financiados pela China e endureceu drasticamente as regras de atribuição de vistos aos chineses.