O Governo francês anunciou esta sexta-feira que trouxe de volta para o país uma série de crianças pequenas, familiares de militantes do autoproclamado Estado Islâmico, que estavam até agora em campos do noroeste da Síria, nomeadamente em Baghouz, o último bastião do grupo extremista naquele país.
Em comunicado citado pela Associated Press, o Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que as crianças foram repatriadas hoje e que todas têm 5 ou menos anos de idade. Algumas são órfãs, outras viram-se separadas dos pais na guerra, aponta.
"Estas crianças foram entregues às autoridades judiciais e terão acompanhamento médico e psicológico especial", lê-se no documento, onde Paris agradece às Forças Democráticas da Síria, grupo curdo apoiado pelo Ocidente e que tem estado na linha da frente dos combates ao Estado Islâmico, por terem possibilitado a repatriação.
A partir de Nairobi, no Quénia, onde está a decorrer a IV Assembleia da Organização das Nações Unidas para o Ambiente, o Presidente francês, Emmanuel Macron, explicou que, no que toca às crianças de ascendência francesa na Síria, França vai seguir "uma abordagem caso a caso, em estreita ligação com a Cruz Vermelha Internacional", no que classifica de "abordagem humanitária sob apertada vigilância".
Numa altura em que França e outros países continuam a tentar decidir o que fazer em relação aos seus cidadãos que partiram para o Iraque e a Síria a fim de se juntarem ao grupo terrorista, o MNE francês aproveitou o anúncio desta manhã para sublinhar que todos os adultos franceses que integraram o grupo devem ficar onde estão a ser julgados pelos seus crimes ali, aponta a Reuters.
Os cidadãos franceses representam o maior contingente de estrangeiros recrutados para as fileiras jiadistas.