A extinção de 40 cargos de chefia na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) permite mais trabalho em equipa e poupar quase um milhão de euros anuais, defendeu esta segunda-feira a provedora.
"Isso é quase um número bombástico, mas, no fundo, corresponde à reorganização que já houve nalguns serviços", adiantou à Lusa Ana Jorge, esclarecendo que "havia uma grande dispersão em pequenas chefias e que (...) tinha duas desvantagens".
A provedora da SCML falava à Lusa na sequência da notícia desta segunda-feira do jornal Público que adiantou o fim de quatro dezenas de cargos referentes sobretudo a comissões de serviço.
Ana Jorge apontou para a "pouca coordenação e pouco trabalho".
"O comando era muito disperso e o facto de terminarmos com algumas [chefias], concentrarmos alguns serviços, reduzindo o número das chefias, permitiu que as pessoas trabalhassem mais em equipa. Tem uma vantagem do ponto de vista funcional e obviamente que isso também tem uma vantagem do ponto de vista financeiro", salientou.
Trata-se de uma de várias medidas que a SCML -- que conta com cerca de 6.300 funcionários -- está a implementar para estimular "mais funcionalidade na transmissão do trabalho e da coordenação das equipas".
"Neste momento, ainda temos mais áreas da Santa Casa que estão a ser revistas. É algo que não pode ser feito de uma forma sem ser pensada e sem ser trabalhada com os próprios profissionais e colaboradores para que as coisas possam ter os efeitos", afirmou.
A provedora da SCML, todavia, reconheceu que para algumas pessoas significa perda de rendimentos.
"Tenho consciência de que nalguns [casos] o facto de perderem a comissão de serviço é algo, do ponto de vista económico e financeiro, (...) é uma perda de rendimentos, mas tem a ver também com funcionalidade. Mas, por outro lado, como também estamos a fechar o acordo de empresa, permite-nos aqui algum refresco e alguma capacidade de compensar algumas pessoas e dos colaboradores, com um aumento generalizado para todos e que pode minimizar, não totalmente, os efeitos", observou.
A responsável acrescentou que, ainda assim, a SCML "mantém toda a atividade (...), da intervenção e do ponto de vista social", que é "a parte mais significativa" da instituição e noutras áreas, garantindo que "se mantêm inalteráveis, apesar destas reduções".