Bruxelas aconselha sanções, mas Ecofin tem a última palavra
08-07-2016 - 10:51
 • Teresa Almeida

Serão os ministros das Finanças da União Europeia a decidir o que fazer a propósito dos défices excessivos de Portugal e Espanha. A Comissão Europeia aconselha a aplicação rígida das regras orçamentais, mas a hipótese de sanções fica nas mãos do Ecofin.

O “Jornal de Notícias” titula na primeira página que “Bruxelas propõe sanções, mas António Costa insiste que não tem um plano B”. Escreve a edição de hoje do “JN” que a palavra final cabe aos ministros das Finanças.

Informação idêntica tem o “Negócios” que escreve: Sanções? Zero. Plano B? Nem pensar. Foram as sanções a Portugal por parte da União Europeia que marcaram o debate do estado da Nação com Costa a afastar mais austeridade.

O mesmo tema no “Público”, que adianta que a Comissão Europeia admite uma multa igual a zero para castigar Portugal e Espanha. A decisão final está nas mãos do ECOFIN.

Ainda no “Público”, uma consequência que pode vir do Brexit, que está a despertar interesse no mercado imobiliário português. Os pedidos de informação sobre o programa dos vistos Gold têm vindo a aumentar após o referendo.

No “Le Monde”, uma crónica sobre a crise dos migrantes com o título: “A falência Europeia”. Escreve o jornal que uma crise substitui rapidamente outra, em Bruxelas. A questão dos migrantes foi facilmente substituída pelo Brexit. Depressa se deixou de falar dos milhares de mortos no Mediterrâneo. Ao todo, desde 2014, mais de 10 mil migrantes morreram no mar que dá acesso ao sul da Europa. Pelo menos 3.770 pessoas no ano passado e mais de 2.800 desde o início de 2016. Um número de mortos que, infelizmente, tende a aumentar nos próximos meses, e com a Europa a parecer impotente para lidar com a crise de migração.

Na edição suíça do “Le Matin” suíço, a promessa de Barack Obama, depois do Brexit. Diz o chefe do Governo dos Estados Unidos que tem confiança nos seus parceiros europeus e que está disposto a redefinir as relações. Barack Obama expressou confiança na saída ordenada da Grã-Bretanha da UE, de forma a preservar a estabilidade financeira e o crescimento global.

Já no “El Pais” a notícia de que Bruxelas bloqueia mais de 600 milhões de ajudas para a criação de emprego, no pais vizinho. A Comissão aguarda que Espanha solucione os problemas para pagar os fundos congelados. Madrid esclarece que este congelamento não está relacionado com nenhuma fraude, mas com a interpretação de algumas normas.

No “El Mundo”, o Governo espanhol negoceia um ajuste mais suave do que o anunciado por Bruxelas para conter o défice. O Governo de Mariano Rajoy já iniciou informalmente negociações para neutralizar uma possível multa e conseguir um calendário mais favorável na luta contra o défice nestes primeiros anos da nova legislatura.