Joaquim Evangelista afirma que os jogadores ficaram em "pânico" com os recentes desenvolvimentos do surto epidémico de coronavírus em Portugal e no resto do mundo.
Em declarações a Bola Branca, o presidente do Sindicato dos Jogadores confirma que a existência dos primeiros casos confirmados no desporto de alta competição precipitaram a decisão "unânime" dos capitães das equipas da primeira e da segunda ligas em apelar à suspensão imediata dos campeonatos.
"Os jogadores já estavam preocupados, mas ficaram em pânico a partir do momento em que houve jogadores infetados na Juventus [caso de Rugani], na NBA [casos de Rudy Gobert e, agora, de Donovan Mitchell] e no Real Madrid [equipa de basquetebol]", esclarece Evangelista.
Joaquim Evangelista refere que interpelou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, com a posição do Sindicato de Jogadores e dos capitães de equipa em relação a esta matéria e que contou com a rápida intervenção do organismo que tutela o futebol nacional e da Liga de Portugal.
"Depois de consultar os clubes, a Liga decidiu cancelar as competições por tempo indeterminado", sublinha.
Elevado grau de contágio era a maior preocupação dos atletas
Joaquim Evangelista realça que a maior preocupação dos jogadores estava no facto de serem potenciais veículos transmissores do coronavírus para os seus familiares e amigos próximos e, assim, colocarem em causa "os seus filhos, cônjuges e pais".
O presidente do Sindicato de Jogadores não tem dúvidas de que a decisão tomada foi a mais adequada face ao panorama atual do surto epidémico.
"Atendendo ao que se tem passado nos outros países e face à evolução [da situação], acho que, para defesa da saúde dos atletas, do desporto e do país, esta decisão é acertada", termina.
O número de casos confirmados de coronavírus em Portugal aumentou esta quinta-feira para 78, indicou a Direção-Geral da Saúde.
A Organização Mundial de Saúde declarou na quarta-feira que o coronavírus é uma pandemia.