O Ministério da Saúde contratou meio milhar de enfermeiros para reforçar o combate da pandemia no Serviço Nacional de Saúde, esclareceu este domingo a tutela, respondendo assim às exigências do Sindicato de Todos os Enfermeiros Unidos.
“O Governo
autorizou a contratação, pelas instituições do Ministério da Saúde, dos
profissionais de saúde necessários à resposta do sistema para efeitos da
prevenção, controlo e tratamento da infeção por novo coronavírus”, acrescentou
a tutela.
Os contratos de trabalho, acrescentou, foram celebrados “a termo resolutivo certo por um período de quatro meses” e “podem ser eventualmente renovados”.
O Sindicato de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU) exigiu hoje que o Governo contrate “imediatamente” enfermeiros para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), denunciando situações “insustentáveis” que “já são crónicas”, mas “agravaram-se” devido à pandemia covid-19.
“O défice de
enfermeiros no SNS é crónico e denunciado há muitos anos, mas o enorme afluxo
de doentes nas últimas semanas está a tornar a situação impossível. Os
enfermeiros estão a trabalhar horas intermináveis sem folgas, sem condições de
proteção mínimas, expostos ao contágio. E a situação ainda vai piorar mais com
a subida esperada de casos nas próximas semanas”, refere a presidente do SITEU,
Gorete Pimentel, citada num comunicado enviado à agência Lusa.
De acordo com o SITEU, o Governo está a oferecer para a entrada de novos enfermeiros, com contratos de quatro meses, 6,42 euros por hora, e os concursos lançados “estão a ficar desertos”.
“Quem quererá ir para o olho do furacão nestas condições, sem treino e sem equipamento de proteção? Numa altura em que não sabemos quando atingiremos o pico [da pandemia], quanto mais regressar à normalidade?”, pergunta a direção do sindicato.
O Ministério da Saúde respondeu que “7,42 [euros] é o valor base/hora do enfermeiro em início de carreira, a que acresce eventuais suplementos que sejam devidos”.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 65 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 295 mortes, mais 29 do que na véspera (+11%), e 11.278 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 754 em relação a sexta-feira (+7,2%).