Sandra Cunha renunciou ao mandato de deputada por “ser usada como arma de arremesso contra o Bloco de Esquerda”, uma vez que está a ser investigada por alegada morada falsa.
O esclarecimento foi feito pela própria deputada nas redes sociais. “O Ministério Público pediu o levantamento da minha imunidade parlamentar para ser constituída arguida na sequência da identificação de discrepâncias nas moradas que indiquei ao Parlamento entre 2017 e 2018, discrepâncias que esclareci oportunamente, quando as corrigi”, escreva a agora ex-deputada eleita por Setúbal.
“A minha constituição como arguida leva-me a pedir a renúncia ao meu mandato de deputada à Assembleia da República. Por motivos pessoais, porque pretendo defender o meu bom nome com total liberdade, e por motivos políticos, porque não quero que a continuidade em funções durante a minha defesa possa ser usada como arma de arremesso contra o Bloco de Esquerda”, justifica Sandra Cunha que tinha foi eleita por Setúbal.
A morada é relevante porque o subsídio de deslocação a que os deputados têm direito depende dos quilómetros a que vivem do Parlamento.
A deputada foi constituída arguida por eventual crime de peculato por ter declarado ao Parlamento uma morada diferente da que habitualmente usa.
A substituta de Sandra Cunha é Diana Santos, uma psicóloga clínica de 36 anos. Apresentada pelo Bloco como “ativista pelos direitos humanos e civis das pessoas com deficiência”, já foi Presidente da Associação Centro de Vida Independente e membro do Movimento (d)eficientes indignados.