A situação dos migrantes no centro de acolhimento de Lampedusa tornou-se insustentável e a União Europeia (UE) precisa de intervir, afirmou este domingo o ministro do Desenvolvimento Económico italiano, Adolfo Urso.
"A situação em Lampedusa está à vista de todos, mas é a Europa que deve ajudar a Itália a geri-la da melhor forma", disse Urso aos jornalistas após uma visita ao centro e ao cais de Favarolo, onde desembarca a maioria dos migrantes e refugiados que chegam à pequena ilha da Sicília.
"A situação aqui é insustentável e devem ser encontradas soluções para reduzir [o número de chegadas], por um lado, e para reforçar ainda mais as condições existentes [para as gerir], por outro", acrescentou o governante.
O cais de Favarolo está repleto de bidões de combustível retirados de barcos abandonados de migrantes, roupas, sapatos e cobertores térmicos, enquanto na água se acumulam pequenos barcos que aguardam o desmantelamento.
O centro de acolhimento de Lampedusa contava hoje de manhã com um total de 4.267 migrantes e refugiados, após a chegada de 2.172 pessoas em 55 desembarques no sábado e mais 208 em quatro desembarques desde a meia-noite de hoje.
Ao longo do dia prevê-se que prossigam as transferências sistemáticas de refugiados, com um primeiro grupo de 550 pessoas a partir num 'ferry' de passageiros durante a manhã e um outro, de 140 pessoas, a seguir em aviões militares ao final da tarde/noite.
O único centro de acolhimento da pequena ilha italiana de Lampedusa (sul), com capacidade para apenas 400 pessoas, ficou no sábado repleto com cerca de 4.000 migrantes, após uma noite de desembarques incessantes através do Mediterrâneo central.
As autoridades estão desde então a trabalhar em soluções para atenuar a situação, transferindo estas pessoas para outros pontos do país de barco, segundo relatos da comunicação social local.
Favorecido pelas boas condições meteorológicas no mar durante o verão, o fluxo migratório entre o Norte de África e o sul de Itália e da Europa tem-se mantido.