As autoridades de Gaza, controladas pelo movimento islamita Hamas, acusaram esta sexta-feira o Exército israelita de novo ataque contra o Hospital Al-Shifa, principal complexo hospitalar do território, indicando que deixou dezenas de mortos e feridos.
O Ministério da Saúde do território palestinano relatou em comunicado, citado pela agência de notícias local WAFA, que os bombardeamentos atingiram a entrada da unidade hospitalar, onde estava localizada uma ambulância, e que muitos dos feridos estão em estado crítico.
Em alegações não confirmadas de forma independente, o ministério refere que se trata de um "novo massacre" contra civis e detalhou que entre as vítimas estão pacientes, familiares, paramédicos e profissionais de saúde, bem como pessoas deslocadas que procuraram refúgio no hospital após perderem as suas casas.
O ataque ocorreu pouco depois de o porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf al Qudra, ter anunciado a transferência para o sul da Faixa de Gaza dos feridos graves que necessitam de tratamento no Egito.
O Exército Israelita, por sua vez, disse que está a analisar a informação.
Anteriormente o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, insistiu que o movimento islamita "usa cinicamente" a população local nas suas operações militares e referiu-se a uma gravação que revela uma suposta conversa entre um profissional de saúde e um soldado israelita na qual ele afirma que "o Hamas tem tanques de combustível que rouba do Hospital Al Shifa".
"Enquanto o Hamas avisa que o combustível hospitalar está prestes a acabar, rouba combustível dos pacientes para usá-lo para fins terroristas. Continuaremos a mostrar ao mundo as ações do Hamas e como usa a população como 'escudos humanos'", argumentou.
Por sua vez, o ministro da Saúde palestiniano, Mai al Qila, alertou para o "desastre humanitário" que poderá implicar um 'apagão' dos principais geradores de energia em hospitais como o Al-Shifa.
O governante do Hamas afirmou que os geradores secundários apenas permitem o funcionamento de três secções do complexo médico por apenas algumas horas.
Além disso, esclareceu que 16 dos 35 hospitais pararam de funcionar devido aos bombardeamentos israelitas e à falta de combustível.
Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza, que inclui operações terrestres em resposta aos ataques perpetrados em 07 de outubro pelo movimento islamita Hamas, e que deixaram quase 1.400 mortos e mais de 240 pessoas raptadas, segundo dados fornecidos pelas autoridades israelitas.
Por seu lado, as autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, aumentaram o número de mortos na ofensiva de Israel para mais de 9.250.