As câmaras de Gaia e do Porto vão estudar a possibilidade de transportes turísticos e TVDE atravessarem a ponte Luiz I, que liga as duas cidades, e cuja passagem só é permitida a peões, velocípedes, táxis e transportes públicos.
"Vamos estudar a possibilidades de TVDE, "tuk-tuk´ e autocarros turísticos poderem atravessar o tabuleiro da ponte", revelou hoje o vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Azevedo, durante a reunião do executivo municipal, após questionado sobre o assunto pelo vereador do PSD, Cancela Moura.
Na sexta-feira, a ponte Luiz I reabriu após obras de requalificação e, para além dos peões, o tabuleiro só pode ser utilizado por transportes públicos, táxis e velocípedes.
Já a passagem a transportes turísticos, TVDE e viaturas ligeiras, à exceção dos táxis, está proibida.
"É uma medida experimental de três meses e, depois, veremos", assumiu o autarca.
Patrocínio Azevedo considerou que, agora, as pessoas veem esta medida como um problema, mas em pouco tempo perceberão que é a melhor solução para as cidades e um motivo de orgulho.
De acordo com o vice-presidente, que hoje conduziu os trabalhos, é fundamental impulsionar o uso dos transportes públicos e, dessa forma, novos hábitos de mobilidade.
Por isso, a decisão de interditar a passagem a ligeiros, transportes turísticos e TVDE foi a "melhor decisão", considerou.
Em outubro de 2021, a Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que a ponte engenhada por Théophile Seyrig, colaborador de Gustave Eiffel, aberta em 1886, seria alvo de obras de reabilitação com a duração de cerca de um ano.
Porém, em setembro do ano passado, a IP admitiu que a execução da obra se atrasaria até março deste ano, prazo que também acabou por resvalar em duas semanas.
Segundo disse à Lusa a responsável da IP pela fiscalização da obra, Joana Moita, no dia 15 de março, os atrasos deveram-se à descoberta de mais problemas na estrutura da ponte face aos inicialmente previstos.
O custo da obra, inicialmente estimado em 3,3 milhões de euros, acabou por ficar nos 4,2 milhões, tanto devido à intervenção mais complexa do que o esperado, mas também devido à crise das matérias-primas, ligada à guerra na Ucrânia, segundo a mesma responsável.