"O futebol português fica mais pobre sem a Académica"
19-04-2022 - 12:45
 • João Fonseca com Renascença

"Como é que se entende isto?", questiona Álvaro Amaro, antigo dirigente da Associação Académica de Coimbra, depois de confirmada a descida da Briosa à Liga 3.

"O futebol português fica mais pobre sem a Académica", diz o antigo presidente da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra, Álvaro Amaro.

O clube desceu, no sábado, pela primeira vez ao terceiro escalão do futebol português, o que leva Álvaro Amaro a concordar com as afirmações do treinador do Porto: "Como dizia o Sérgio Conceição, o futebol português fica mais pobre não tendo a Académica. O futebol português precisa da Académica na I Liga".

Ainda assim, e face a esta descida, o antigo dirigente da Académica não vê este momento como um presságio do fim do clube.

"A Académica já sofreu e levantou-se. Eu estava lá, lembro-me bem. Agora estamos a sofrer, mas a Académica vai erguer-se, tem que ser, custe o que custar. A Académica enriquece o futebol português", afirma, em declarações à Renascença.

Álvaro Amaro recorda um clube que deixou de "mobilizar a cidade [de Coimbra]", o que, inevitavalmente, conduziu a este desfecho".

Da quase subida à I Liga, à descida à Liga 3

Com quatro jornadas por disputar na II Liga, a Académica já sabe que não vai continuar nesta competição. Os estudantes são últimos, com 16 pontos, tendo vencido, apenas, três jogos na prova.

Face a uma temporada desastrosa, Álvaro Amaro admite não compreender como é que uma equipa pode piorar tanto num ano - em 2020/21 a Académica, ficou a três pontos dos lugares de subida à I Liga.

"Como é que uma estrutura organizativa constrói uma equipa que no ano passado ficou a muito pouco de subir à I Liga e na época seguinte, a meio da época, estava a caminho da condenação? Como é que se entende isto?" desabafa.

Futuro não pode depender de uma pessoa

Olhando para o futuro, o antigo presidente da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra acrescenta que não se pode procurar por uma pessoa para liderar o clube, sem antes pensar.

"As figuras surgem mediante projetos, mediante debates, mediantes reflexões e era isto que eu pedia que a Académica fizesse. Se não fizer só estamos à procura da pessoa A ou da pessoa B, o que por norma não da bom resultado", termina.