Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
As autoridades de saúde norte-americanas pediram nesta terça-feira a suspensão preventiva da administração da vacina da Johnson & Johnson (Janssen), depois de algumas pessoas vacinadas terem relatado episódios de coágulos sanguíneos raros entre os efeitos secundários.
É uma medida de precaução, diz o regulador Food and Drug Administration (FDA) e o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
“A segurança da vacina é a principal prioridade do governo federal e levamos muito a sério todos os relatos de efeitos secundários que dela derivam”, escrevem ainda as duas autoridades sanitárias.
Numa declaração conjunta, CDC e FDA dizem estar a investigar o aparecimento de coágulos sanguíneos em seis mulheres nos dias a seguir à toma desta vacina. Foram ainda verificadas contagens de plaquetas reduzidas.
Foram seis os casos de coágulos conhecidos, todos em mulheres com idades entre os 18 e os 48 anos. Uma mulher morreu e outra foi hospitalizada em estado crítico no Nebraska. Estes episódios foram detetados duas semanas depois da toma da vacina.
“O tratamento deste tipo específico de coágulo sanguíneo é diferente do tratamento que normalmente pode ser administrado” a estes casos, afirmou a FDA nesta terça-feira de manhã.
Mas foram também relatados outros efeitos secundários, como tonturas, náuseas e até desmaios. Segundo os órgãos locais de comunicação social, um total de 18 pessoas relataram efeitos secundários na Carolina do Norte e 11 no Colorado.
Por tudo isto, vários estados decidiram fechar temporariamente alguns locais de vacinação.
Na Geórgia, oito pessoas sofreram também reações adversas após a toma da vacina. De acordo com as autoridades locais, uma destas pessoas teve mesmo e ser enviada ao hospital para que a sua situação pudesse ser avaliada. As restantes foram encaminhadas para casa, após acompanhamento no local.
Espera-se, assim, que a recomendação seja seguida e o governo federal interrompa a vacinação com Johnson & Johnson em todos os locais.
A ministra da Saúde, Marta Temido, considerou ser ainda muito cedo para comentar a recomendação hoje emitida pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos para uma pausa na administração da vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson (Janssen).
"Recebemos essa notícia enquanto decorria a reunião. Neste momento é prematuro falar. Essa vacina não foi ainda iniciada no território da União Europeia, estamos a receber as primeiras doses esta semana. Os efeitos adversos estão descritos, mas no balanço risco-benefício continuamos a saber que a vacina é a nossa melhor arma para sairmos desta doença", explicou a governante.
Para quarta-feira, está já marcada uma reunião de emergência entre cientistas da FDA e do CDC para analisar as possíveis ligações entre a vacina e os casos de coágulos e decidir se se manterá a autorização desta vacina para todos os adultos ou limitar a idade da toma.
A vacina da Johnson & Johnson é de toma única e, nos Estados Unidos, já foram administradas mais de 6,8 milhões de doses.
Em Portugal, as primeiras 30 mil doses chegam na quarta-feira, dia 14, sendo esperadas mais 1,25 milhões durante o segundo trimestre. Ao longo deste ano, Portugal pretende ter 4,5 milhões de doses disponíveis.
[notícia atualizada às 14h57]