O PSD formalizou esta sexta-feira a candidatura de Vladimiro Feliz à Câmara do Porto, acusando o atual presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, de "manipular os números".
"Rui Moreira tentou manipular os números dizendo que recolheu 23.101 assinaturas. Quis passar uma falsa ideia de adesão dos portuenses à sua candidatura", afirmou Alberto Machado, número dois da candidatura social-democrata, em declarações aos jornalistas à saída do Palácio da Justiça, onde revelou que o ex-reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, será o candidato do partido à Assembleia Municipal.
O deputado e presidente da distrital do Porto do PSD salientou que, atendendo a que "a maioria das pessoas assinou três vezes, uma para cada um dos órgãos autárquicos - Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia", o número de portuenses que aceitaram ser proponente de Rui Moreira "deve rondar os 7.700".
"Muito pouco para um candidato que se tem em grande conta", rematou, sublinhando que "foi um truque baixo de manipulação que deve ser denunciado".
O independente, acrescentou Alberto Machado, tinha já tentado manipular os números dos Censos 2021, "misturando-os com previsões, para tentar iludir e confundir as pessoas, passando a mensagem errada de que o Porto está a aumentar a população".
Alberto Machado salienta ainda que a candidatura liderada por Rui Moreira e que se diz independente "entrega uma lista cheia de partidos", com "militantes do CDS, da Iniciativa Liberal, do Aliança, do Partido da Terra, do Partido Nós, Cidadãos!", entre outros.
"Um contrassenso, já para não falar na questão do número dois. Os portuenses já perceberam que a perda de mandato de Rui Moreira por prevaricação e abuso de poder poderá dar origem a um presidente de câmara desconhecido, impreparado e no qual os portuenses não votaram para governar. No limite, teremos eleições intercalares dentro de um ano. Esta conduta é eticamente reprovável", disse.
Por oposição à lista de Moreira, o mandatário da candidatura de Vladimiro Feliz à Câmara do Porto salientou que o projeto do PSD aposta na renovação dos quadros políticos na cidade para um novo ciclo autárquico, com a integração de vários cidadãos - sete - "verdadeiramente independentes".
No total, são mais de 330 cidadãos que integram as listas a todos os órgãos: Câmara Municipal, Assembleia Municipal e às sete Assembleias de Freguesia.
Alberto Machado salienta ainda que o projeto do PSD para a cidade pretende voltar a colocar o Porto no centro da decisão política e resolver os muitos problemas com que a população se depara no dia-a-dia.
"A falta de mobilidade, o estado dos arruamentos, os pinos e as ciclovias. Mas também as carências na educação e nas nossas escolas, a falta de creches. A falta de atenção aos nossos idosos e a insegurança crescente, entre outras matérias que estamos a trabalhar", exemplificou.
Vladimiro Feliz, que encabeça a candidatura do partido à Câmara do Porto, não esteve presente no Palácio da Justiça para a entrega das listas, tendo sido substituído pelo atual presidente da Junta de Paranhos e líder da distrital do Porto, Alberto Machado, número dois da lista do PSD à autarquia.
À Câmara do Porto são já conhecidas as candidaturas de Ilda Figueiredo (CDU), Bebiana Cunha (PAN), Sérgio Aires (BE), Tiago Barbosa Ribeiro (PS), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), António Fonseca (Chega), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre) e a recandidatura do independente Rui Moreira.
A Câmara do Porto é liderada por Rui Moreira, desde 2013.
As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.