A plataforma que vai permitir a identificação de todas as pessoas em situação de sem-abrigo está a ser ultimada, adiantou esta quinta-feira a ministra do Trabalho, que afirmou que o objetivo será conseguir dar respostas "à medida" de cada caso.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social falava à agência Lusa no final de um encontro com pessoas em situação de sem-abrigo, em que uma das principais mensagens foi a importância de serem ouvidas.
Fazendo um balanço daquilo que tem vindo a ser feito neste âmbito e dos objetivos do Governo, Ana Mendes Godinho revelou que o desenvolvimento da plataforma de identificação de todas as pessoas em situação de sem-abrigo está na fase final.
O objetivo será, depois de identificados todos os casos, perceber quais as dificuldades de cada pessoa e disponibilizar respostas personalizadas.
"Passamos a ter um conhecimento da situação muito mais abrangente que nos permite depois também encontrar soluções feitas à medida", resumiu a ministra, sublinhando a importância dessa personalização para assegurar o melhor apoio possível a cada situação.
Isso porque as pessoas têm percursos diferentes, justificou, relatando que o encontro desta quinta-feira, o segundo de muitos que a tutela pretende manter, foi ilustrativo disso mesmo.
"São histórias de vida muito diversas, pessoas com percursos de vida muito diferentes, mas que nos têm ajudado também a identificar problemas concretos que sentem ou soluções que podem fazer a diferença no percurso de vida que têm", explicou Ana Mendes Godinho.
Uma dessas soluções, que saiu da primeira reunião, já está em curso e a avaliação é positiva. Trata-se dos programas de "Housing First" e Apartamentos Partilhados, para promover o acesso a habitação para pessoas em situação de sem-abrigo.
"O "feedback é muito positivo", disse a ministra, relatando que "é unânime da parte deles dizerem que é fundamental esta viragem de perspetiva, de a pessoa garantir que tem um teto para, a partir, daí reconstruir a sua vida".
O Governo tem o objetivo de alojar 1.100 pessoas em situação de sem-abrigo até ao final do ano, estando atualmente a decorrer o concurso para 600 vagas, que se somam às cerca de 300 que já foram reintegradas nesse âmbito.
"A nossa permanente ambição é alargar o mais possível este programa, para garantir que esta condição básica de ter uma habitação é, de facto, o elemento essencial para a reintegração", apontou a governante.
Na reunião que decorreu esta quinta-feira durante mais de uma hora no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança do Trabalho, Ana Mendes Godinho esteve acompanhada do gestor executivo da Estratégia Nacional para Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, Henrique Joaquim, e nove pessoas em situação de sem-abrigo.
O próximo já ficou marcado, daqui a dois meses, e o objetivo da tutela é manter estes encontros regulares, com o objetivo de ouvir em primeira mão as pessoas e, com elas, encontrar soluções, avaliar e melhorar as respostas já em curso.