As Festas do Povo de Campo Maior são Património Imaterial da Humanidade, anunciou esta quarta-feira a UNESCO.
A decisão foi tomada na 16.ª reunião do Comité do Património Mundial, que decorre no Sri Lanka.
Em Campo Maior, as flores nascem sempre que o povo quer. Durante largos meses, os moradores de cada rua dão forma às decorações de papel, em absoluto sigilo, perante gáudio de milhares de visitantes.
Vontade, criatividade e voluntariado caraterizam as tradicionais Festas do Povo de Campo Maior. “Arte nas mãos” ou “essência de um povo”, as expressões que mais se ouvem para caraterizar esta manifestação da cultura popular que, desde hoje, é Património Imaterial da Humanidade. Nas flores de papel, nas típicas pandeiretas e no cantar das saias encontra-se a alma campomaiorense.
As Festas do Povo de Campo Maior, no distrito de Portalegre, passaram, em dezembro de 2018, a estar inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
O processo relativo à candidatura a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, estava em curso desde 2015.
Tradição secular realizada pela última vez em 2015, estas festividades tradicionais são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas, sobretudo localizadas no centro histórico, "engalanadas" com milhares de flores de papel, feitas pela população.
Promovidas pela Associação das Festas do Povo de Campo Maior, as festas na vila alentejana só se realizam quando a população quer e são reconhecidas internacionalmente pela sua originalidade e cariz popular, com os habitantes a prepararem, durante meses, a ornamentação das ruas.