O Benfica confirmou, esta sexta-feira, que Rui Costa assume a presidência da SAD e do clube, tal como Bola Branca avançara na quinta-feira, durante a suspensão de funções de Luís Filipe Vieira.
Em comunicado oficial, o Benfica revela que a nomeação do vice-presidente "tem o apoio unânime dos membros da direção" do clube.
Rui Costa, primeiro vice-presidente, assume, "com efeitos imediatos", a presidência do Benfica, nos termos da alínea a) do número 3 do artigo 61 dos estatutos do clube, depois de Vieira ter suspendido funções, na sequência da sua detenção no âmbito da operação "cartão vermelho".
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD do Benfica confirma, com "efeitos imediatos e por prazo indeterminado", a suspensão de "todos os poderes, direitos e deveres" de Vieira, a pedido do próprio, "tendo em consideração que se encontra em curso um inquérito no âmbito de uma investigação criminal que o envolve e no contexto da qual foi detido".
O Conselho de Administração da SAD também passa a ser liderado por Rui Costa, mantendo o organismo "todas as suas atribuições e competências nos termos previstos na lei e nos estatutos".
Vieira é um de quatro detidos
Luís Filipe Vieira foi detido, na quarta-feira, após buscas, por suspeitas de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais. O presidente do Benfica passou as últimas duas noites detido e será presente a primeiro interrogatório judicial, para conhecer as medidas de coação aplicadas.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como “o rei dos frangos”.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os quatro detidos são suspeitos de estarem envolvidos em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. O risco de fuga ditou as detenções.
Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente”, suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.